Latino-americanos buscam em Davos investimento em turismo pós-pandemia
Colômbia, Costa Rica, Peru e República Dominicana lançaram nesta terça-feira (24), no Fórum Econômico Mundial de Davos, um chamado para investir em seus países após os anos difíceis da pandemia e apostaram no turismo como motor de crescimento econômico.
"A Costa Rica está aberta para os negócios", afirmou o presidente Rodrigo Chaves, em um dos debates deste fórum que reúne, a cada ano, as elites políticas e econômicas mundiais nesta pequena cidade dos Alpes suíços.
Chaves, que assumiu o cargo há menos de um mês, pediu "um voto de confiança ao setor privado" e defendeu um "Estado que sirva a um setor empresarial vibrante e produtivo".
A economia da Costa Rica, uma das democracias mais estáveis da América Latina, se viu duramente afetada pela pandemia de covid-19 e arrasta uma dívida pública próxima de 70% do PIB.
"Necessitamos mais governos pró-empresas na América Latina", disse, por sua vez, o presidente da Colômbia, Iván Duque, que está em fim de mandato e foi um frequentador assíduo de Davos para defender suas políticas econômicas.
Por sua vez, a vice-presidente peruana, Dina Boluarte, que substituiu no último minuto o presidente Pedro Castillo no fórum, reiterou que o seu país "oferece confiança para os investidores" e destacou que o Peru, "uma economia estável e com garantias de segurança jurídica", cresceu mais de 13% em 2021.
Tudo isso apesar da pandemia e da instabilidade política, com um congresso controlado pela oposição que tentou várias vezes, sem sucesso, destituir o presidente e que, nas palavras de Boluarte, não os deixa "governar em paz".
Turismo, o motor de crescimento
Os quatro países situaram o turismo como o motor para o crescimento econômico, embora o peso específico do setor seja distinto segundo as economias.
No caso da República Dominicana, o turismo é "fundamental", disse o seu presidente, Luis Abinader, que calcula que entre 16% e 18% do PIB e 20% do emprego dependem do turismo, que ficou praticamente paralisado pela pandemia.
"A América Latina é muito diversa e assim tem que ser o turismo", disse Abinader, que reconheceu que, em seu caso, o principal é o de "sol e praia" em Punta Cana, embora existam iniciativas de ecoturismo na província de Pedernales e de resgate do patrimônio histórico colonial.
Além disso, trata-se de um setor que deve levar em conta a proteção do meio ambiente e a vulnerabilidade de alguns países à mudança climática, em particular no Caribe, com fenômenos como o sargaço, uma alga que costuma infestar as praias da região.
Apesar dos grandes balanços macroeconômicos e das políticas anunciadas pelos governos, a realidade dos empreendedores latino-americanos pode ser, por vezes, muito mais complexa.
É o caso do venezuelano Carlos Eduardo Vargas, que comercializa produtos sustentáveis produzidos em seu país através de uma plataforma na internet.
"Certamente que [na Venezuela] há barreiras muito maiores e muito mais difíceis" do que em outras partes, como a pobreza e os problemas regulatórios, disse Vargas à AFP. O venezuelano faz parte da comunidade de jovens empresários que apoia o Fórum de Davos.
Contudo, ele decidiu permanecer na Venezuela apesar do "contexto social desgastante em um país tão polarizado, que tem, às vezes, dinâmicas tão irônicas e tão difíceis de se entender".
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