Animais do zoológico de Bagdá sofrem com temperaturas que passam de 50ºC
A temperatura ultrapassou os 50 graus Celsius em Bagdá pelo segundo dia consecutivo. A vida ao ar livre se torna insuportável para humanos e animais.
Subfinanciado e degradado por anos de má gestão, o zoológico iraquiano não tem instalações adequadas para a manutenção dos cerca de 900 animais como leões, pássaros exóticos, ursos e macacos.
"A maioria dos animais do zoológico vem de regiões quentes, exceto o tigre siberiano, que vive no Alasca e em regiões frias, onde as temperaturas podem cair para 20 graus Celsius negativos e até menos", diz Wassim Sarih, veterinário.
Na tentativa de baixar a temperatura, resfriadores de ar foram instalados em frente às gaiolas dos leões e piscinas são fornecidas para os ursos e tigres.
O Iraque é incapaz de fornecer eletricidade suficiente para atender às necessidades domésticas e, consequentemente, é atormentado por cortes de energia que podem durar até 10 horas por dia. O zoológico de Bagdá não recebe grandes reformas desde a década de 1970.
"Se você me perguntar se os animais são capazes de se adaptar completamente com o que estamos fornecendo, eu diria que é claro que não. Os animais estão estressados e sua expectativa de vida será menor. O tigre siberiano pode viver em uma gaiola por 20-25 anos. Aqui, só vive 17 ou 16 anos por causa do calor e das mudanças climáticas", Wassim Sarih, veterinariário.
A ONU diz que o Iraque é um dos cinco países do mundo mais afetados pelos efeitos das mudanças climáticas. Atualmente, o país enfrenta o quarto ano consecutivo de seca.
Wassim Sarih disse que entrou em contato com as autoridades, incluindo do município de Bagdá, responsável pelo zoológico, mas ainda não encontrou 'nenhum ouvido receptivo'. O veterinário previu que o zoológico em breve terá que fechar as portas na ausência de um ambicioso plano de renovação.
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