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Após cinco meses, turistas retornam ao litoral norte de São Paulo

Pessoas em bar de praia na praia do Perequê, no final da tarde deste domingo - ESTADÃO CONTEÚDO
Pessoas em bar de praia na praia do Perequê, no final da tarde deste domingo Imagem: ESTADÃO CONTEÚDO

José Maria Tomazela

Sorocaba

10/08/2020 09h17

Com 3,5 mil casos confirmados e 110 mortes pelo coronavírus, o litoral norte de São Paulo iniciou a retomada do turismo quase cinco meses após a chegada da pandemia. As prefeituras das quatro cidades - Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela - já registram aumento da população flutuante.

O movimento do sistema de balsas, em Ilhabela, aumentou 25% depois que os hotéis reabriram, no dia 15 de julho. Já a prefeitura de São Sebastião liberou na quinta-feira a ocupação de 100% da capacidade de hotéis e pousadas do município. De acordo com o prefeito Felipe Augusto (PSDB), as praias estão liberadas e já não há restrição à entrada de turistas. "A cidade está lotada desde o início da pandemia, pois muitos veranistas vieram fazer a quarentena aqui. Hoje, o novo coronavírus está controlado."

Academias de ginástica, saunas, solários e outros espaços de lazer nos estabelecimentos podem ser usados com agendamento prévio. Conforme a prefeitura, o distanciamento entre mesas e espreguiçadeiras em áreas sociais deve ser de 1,5 m. Os bares e restaurantes dos hotéis devem continuar recebendo hóspedes até preencher a metade dos lugares. Pousadas e hotéis de praias receberam a recomendação de não emprestar cadeiras, guarda-sóis e outros equipamentos de lazer aos hóspedes para evitar aglomeração.

Segundo o prefeito, embora a população seja de 89 mil moradores, 140 mil estão na cidade. No último fim de semana, turistas lotaram praias como a de Camburi, onde até partidas de futevôlei eram disputadas.

Em Ilhabela, hotéis, pousadas e salões de beleza funcionam desde o dia 15 de julho, com ocupação limitada a 50%. No dia 22, a prefeitura autorizou também o funcionamento das academias e piscinas. Bares e restaurantes funcionam com até 40% das mesas. As marinas também voltaram a operar. Nas praias, são permitidos esportes em dupla por até uma hora. A ilha ficou fechada para visitantes desde meados de abril até o dia 23 de junho.

Em Caraguatatuba, não há restrição para a entrada de turistas, mas hotéis e pousadas ainda operam com 60% da lotação. As praias foram liberadas e a prefeitura fiscaliza o uso de máscaras e aglomerações. "A prefeitura não tem prerrogativa para impedir a entrada de turistas e frequentadores nas praias, mas realiza campanhas de conscientização", informou.

Com menos casos e mortes pela covid-19 que as duas vizinhas, Ubatuba é a única cidade do litoral norte que ainda restringe o acesso às praias, mas o controle não é rigoroso. Segundo a prefeitura, a areia da praia só deve ser utilizada para a prática de esportes individuais, de segunda a quinta-feira, ainda assim para moradores. No entanto, foi autorizada a abertura dos quiosques e o trabalho de ambulantes na faixa de areia.

O empresário Renan Wilson Correia, de Sorocaba, esteve em Ubatuba no último fim de semana com familiares e amigos. "A gente tomou os cuidados, usou máscaras, mas tinha gente sem máscara também", disse. A prefeitura admite dificuldade para controlar o acesso de banhistas em 70 praias espalhadas pela extensa orla, mas disse ter intensificado a fiscalização. No último fim de semana, mais de 100 pessoas foram autuadas por não usar máscara e 35 bares e restaurantes foram notificados. No calçadão central, mais de 100 pessoas foram flagradas sem máscara.

Segundo a Associação de Hotéis e Pousadas de Caraguatatuba (AHP), a ocupação dos hotéis em julho nos dias úteis foi de quase 20%. "Nos fins de semana, ficou em torno de 50%, próxima do limite de 60% (baseado na ocupação de leitos), que é permitido atualmente no município", diz o presidente da entidade, Thiago Fabrette.

Futuro

Dias ensolarados e cansaço do confinamento motivam a procura por hotéis no litoral paulista. "As pessoas estão cansadas de ficar em casa. Ainda não abrimos áreas comuns de jogos e piscinas. Embora seja possível, o protocolo ainda não permite", explica o presidente da AHP.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.