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Capela que 'flutuava' do complexo Matarazzo reabre em São Paulo

Reinauguração da capela Santa Luzia, que pertencia ao hospital Matarazzo e vai passar a ter missas semanais, aconteceu no sábado (13) - Danilo Verpa/Folhapress
Reinauguração da capela Santa Luzia, que pertencia ao hospital Matarazzo e vai passar a ter missas semanais, aconteceu no sábado (13) Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

do Estadão Conteúdo, em São Paulo

16/11/2021 12h17

Mesmo enquanto parecia "flutuar" a 31 metros de altura, durante escavações de pavimentos subterrâneos numa obra de engenharia, a quase centenária Capela Santa Luzia estava em restauro.

Procedimentos variados, como a retirada de camadas de tinta, revelaram as características e os afrescos originais do local, que reabriu no sábado (13) após décadas.

O evento foi exclusivo para convidados e autoridades e terá celebração religiosa conduzida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal D. Odilo Scherer.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, discursou durante a cerimônia de reconsagração da capela - Divulgação/Prefeitura de São Paulo - Divulgação/Prefeitura de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, discursou durante a cerimônia de reconsagração da capela
Imagem: Divulgação/Prefeitura de São Paulo

Também marcou a inauguração do primeiro espaço do megacomplexo bilionário de luxo Cidade Matarazzo, instalado onde funcionava o centenário Hospital Umberto I, a uma quadra da Avenida Paulista, no centro expandido de São Paulo.

Esta foi a primeira de uma série de inaugurações da primeira fase do complexo. A seguinte ocorrerá em 15 de dezembro, com abertura do hotel Rosewood, de seis estrelas, no espaço da antiga maternidade.

O interior da capela Santa Luzia, durante sua celebração de reconsagração - Danilo Verpa/Folhapress - Danilo Verpa/Folhapress
O interior da capela Santa Luzia, durante sua celebração de reconsagração
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

O cronograma é paulatino até abril e abrange outros espaços gastronômicos, o restante do hotel, um espaço de eventos e um edifício comercial. As demais inaugurações, voltadas para a moda e cultura, ficarão para 2023.

Em volta da capela

O empresário francês Alexandre Allard, idealizador do projeto, observa que, como outras tantas cidades brasileiras, a Cidade Matarazzo também cresceu em volta de um templo católico.

"Tudo sempre começou em uma capela. A capela é um símbolo do trabalho que fizemos aqui, de mostrar que o caminho da preservação, do cuidar, é o caminho do futuro", afirmou, referindo-se especialmente à grande obra de escavação que exigiu a sustentação aérea da capela por quase dois anos para a criação de oito pavimentos subterrâneos, incluindo o centro de eventos.

O altar da capela Santa Luzia antes das obras - Divulgação/Cidade Matarazzo - Divulgação/Cidade Matarazzo
O altar da capela Santa Luzia
Imagem: Divulgação/Cidade Matarazzo

"Todo o mundo conhece as imagens da capela 'voando'. Isso define a ambição do nosso projeto."

Durante as escavações, os trabalhos na capela continuaram. "O pessoal estava cavando e a gente restaurando em cima. A estrutura nesses casos sempre mexe, mas não pode mexer muito ", conta o arquiteto Roberto Toffoli, que chefiou o restauro.

Capela Santa Luzia, em São Paulo: Ela ficou conhecida por "voar" durante o processo de restauro - Divulgação/Cidade Matarazzo - Divulgação/Cidade Matarazzo
Capela Santa Luzia, em São Paulo: Ela ficou conhecida por "voar" durante o processo de restauro
Imagem: Divulgação/Cidade Matarazzo

História

A capela foi erguida a pedido de Virginia Matarazzo, cunhada do industrial Conde de Matarazzo, após a cura da doença de um filho. Ela foi inaugurada em 1922, destacando-se pela fachada neoclássica e os vitrais art-déco coloridos.

Na parte externa, descobriu-se que o revestimento original era de uma argamassa que imitava tijolos intercalados, técnica comum na Itália há cem anos. Além disso, as paredes internas eram revestidas com a técnica "escaiola", que dá a aparência de mármore polido.

Durante os trabalhos, descobriu-se também que originalmente ela teria uma rosácea (espécie de vitral redondo) na fachada, o que foi resgatado com a criação de uma nova rosácea pelo artista Vik Muniz, inspirada em Santa Luzia. A nova peça foi instalada onde antes havia uma marca de cruz.

Vista aérea da Capela Santa Luzia já restaurada - Danilo Verpa/Folhapress - Danilo Verpa/Folhapress
Vista aérea da capela já restaurada
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

A próxima celebração após a reabertura será a missa de Solenidade de Cristo Rei, em 21 de novembro, com o padre Maurício Matarazzo Falcão, tataraneto da Condessa Filomena Matarazzo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.