Topo

Bichos

Tudo o que você precisa saber para cuidar do seu pet

Prefeitura quer esterilizar capivaras que vivem às margens do Pinheiros

Ciclista anda de bicicleta ao lado de capivaras na ciclovia da marginal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (SP) - Fabio Braga/Folhapress
Ciclista anda de bicicleta ao lado de capivaras na ciclovia da marginal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (SP)
Imagem: Fabio Braga/Folhapress

José Maria Tomazela

do Estadão Conteúdo, em Sorocaba

03/05/2023 09h38

A Prefeitura de São Paulo tem plano de esterilizar as capivaras que vivem às margens do Rio Pinheiros, na capital, para evitar o aumento na população desses animais. Maior roedor do mundo, pesando até 90 quilos, a capivara pode ser agente de transmissão de doenças e causar acidentes de trânsito, segundo os envolvidos no projeto. Ao mesmo tempo, os animais são uma atração à parte para os paulistanos que utilizam as ciclovias do Rio Pinheiros e do Parque Bruno Covas.

O plano de castração está sendo discutido no momento em que um animal da espécie entrou no debate nacional após o Ibama, órgão federal do meio ambiente, ter multado o influencer Agenor Tupinambá e mandado entregar para um centro de animais silvestres a capivara Filó, uma fêmea que ele criava como animal de estimação, no Amazonas. A Justiça, no entanto, deu liminar para que a capivara permaneça com ele. O processo ainda aguarda julgamento.

Em São Paulo, já são cerca de 120 capivaras vivendo ao longo dos 24 quilômetros do Rio Pinheiros, segundo o Centro de Apoio e Proteção Animal (Projeto Capa), ONG que há três anos monitora e protege os roedores. De acordo com a Divisão da Fauna Silvestre do Município, embora elas não sejam consideradas um problema, podem vir a ser, caso a população continue crescendo. A área em que vivem é altamente urbanizada e margeada por vias de tráfego intenso, como a Marginal do Pinheiros.

Conforme a presidente da ONG, Mariana Aidar, o aumento populacional pode levar as capivaras a uma disputa territorial. "Hoje não existe uma superpopulação, por isso se faz necessária uma intervenção antes que possa virar um problema", disse. Este ano, segundo ela, houve acidentes entre veículos e capivaras na Marginal do Tietê. "Aqui (na Pinheiros) ainda não tivemos."

Capivaras na margem do rio Pinheiros, em São Paulo - Jonne Roriz/Estadão Conteúdo - Jonne Roriz/Estadão Conteúdo
Capivaras na margem do rio Pinheiros, em São Paulo
Imagem: Jonne Roriz/Estadão Conteúdo

A ativista explica que não existe a possibilidade de deslocar esses animais para outras áreas. "Cada grupo tem apenas um macho alfa. Quando outro macho tenta se aproximar da área, eles brigam e podem se ferir gravemente." A esterilização, segundo a ativista, evita a procriação, mas não tira dos indivíduos a natureza de ficar em grupo.

Carrapato

Outro risco potencial das capivaras é a transmissão da febre maculosa, doença grave que pode levar a óbito. O roedor é hospedeiro do carrapato estrela, transmissor dessa doença. "Até agora, não encontramos a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da doença, mas a orientação é para que a população não se aproxime dos animais", afirmou a ativista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.