Itália lança concurso para retirar cruzeiros do centro histórico de Veneza
A autoridade portuária de Veneza publicou nesta terça-feira (29) o edital do concurso internacional de ideias para retirar navios de grandes dimensões, como os de cruzeiro, do centro histórico da cidade.
O objetivo é reunir projetos que possibilitem que essas embarcações atraquem fora das águas da Lagoa de Veneza, uma região tombada pela Unesco, mas que arrisca ser colocada pela entidade em uma lista de patrimônios em risco.
"O projeto que vai surgir do edital terá de ser verdadeiramente inovador e sustentável para a atividade portuária no século 21", disse o presidente da autoridade responsável pelos portos do Adriático Setentrional, Fulvio Lino Di Blasio.
"Colocaremos à disposição dos participantes todos os documentos dos projetos para a realização de uma obra portuária fora da lagoa, de forma a permitir a superação das soluções cogitadas até agora", acrescentou.
Os projetos precisarão garantir a sustentabilidade ambiental, energética e paisagística do novo porto e prever conexão com meios de transporte terrestres. O prazo para apresentação das propostas é 31 de dezembro de 2021, sendo que três serão escolhidas por uma comissão de cinco especialistas em infraestrutura e gestão portuária.
Na segunda fase, os candidatos terão até 31 de dezembro de 2022 para concluir os projetos de viabilidade técnica e econômica. A expectativa do governo é de que a proposta vencedora seja anunciada em 30 de junho de 2023.
A participação é aberta para todas as empresas que tenham faturado ao menos 10 milhões de euros anuais nos últimos três anos e que tenham projetado obras de pelo menos 500 milhões de euros na última década.
Atualmente, navios de cruzeiro atravessavam a Bacia de San Marco e o Canal de Giudecca, no centro histórico de Veneza, para chegar a um terminal de passageiros ao lado da principal estação ferroviária da cidade - são famosas as fotos que mostram o contraste entre o gigantismo desses transatlânticos e a fragilidade das construções.
No entanto, o governo italiano já aprovou um decreto estabelecendo que, até a implantação de uma solução definitiva, os grandes navios usem uma via marítima alternativa até o porto comercial de Marghera, na parte continental do município. Esse porto, no entanto, ainda está sendo adaptado para receber cruzeiros.
Recentemente, a Unesco disse que vai colocar o centro histórico de Veneza na lista de patrimônios em risco se não houver uma solução que impeça a passagem de grandes navios pela região.
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