Unesco mantém Veneza fora da lista de patrimônios mundiais em risco
O ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, informou que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) rejeitou nesta quinta-feira (22) a inscrição de Veneza na lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade em risco.
"Derrotada a inscrição de Veneza na lista. Graças às decisões do governo sobre o bloqueio da passagem dos grandes navios na [bacia de] San Marco e no Canal de Giudecca atingimos um primeiro, um importante resultado", disse o político.
Segundo Franceschini, "a atenção mundial sobre Veneza continuará alta e é um dever de todos trabalhar para a proteção da Lagoa e individualizar um caminho de desenvolvimento sustentável para essa realidade única, na qual a cultura e a indústria criativa foram chamadas a ter um papel de protagonismo".
O risco de Veneza entrar na lista vermelha de patrimônios foi anunciado pela Unesco em junho deste ano porque era necessário ter uma "solução urgente" para evitar que navios de grande porte continuassem a transitar pelo centro histórico, ameaçando o complexo e delicado sistema de construção da cidade.
Apesar de ter aprovado projetos em 2013, em 2017 e em abril deste ano sobre o tema, as promessas do governo italiano não haviam saído do papel. Após o anúncio da Unesco de que iria analisar a questão durante a sua reunião anual, Roma decidiu dar um passo a mais e anunciou, em 13 de julho, a proibição da navegação de navios com mais de 25 mil toneladas - como os de cruzeiro - pela Bacia de San Marco e pelo Canal de Giudecca.
Agora, essas embarcações precisarão ir para a parte continental de Veneza, mais precisamente, para o porto comercial de Marghera. Além disso, conforme determinava o decreto de abril, foi lançado um concurso internacional de ideias para dar uma solução definitiva ao problema.
"Veneza e sua Lagoa" se tornaram Patrimônios Mundiais da Humanidade em 1987, mas nos últimos anos, por mais de uma vez, a Unesco alertou em relatórios o risco que a cidade histórica estava sofrendo por conta do tráfego cada vez maior de navios de grande porte. Para os especialistas, o alto fluxo turístico aliado às mudanças climáticas poderiam provocar "danos irreversíveis" para o "vulnerável sistema lagunar".
Quando um local é inserido na classificação de risco da Unesco, o órgão entra em contato com o governo para "verificar a remoção das condições de perigo para a sustentabilidade do sítio e para a manutenção dos valores culturais que determinaram" o reconhecimento.
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