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Guias brasileiras celebram volta do turismo na Itália

Vista da Piazzale Michelangelo em Florença, na Itália, que volta a impressionar turistas - unknown1861/Getty Images/iStockphoto
Vista da Piazzale Michelangelo em Florença, na Itália, que volta a impressionar turistas Imagem: unknown1861/Getty Images/iStockphoto

Luciana Ribeiro

da ANSA, em São Paulo

16/03/2022 13h05

Duramente afetado pela pandemia de covid-19 nos últimos dois anos, o setor de turismo na Itália ganhou um respiro após o governo anunciar novas regras para a entrada de estrangeiros, incluindo brasileiros.

Desde 1º de março, a Itália não leva mais em conta a situação epidemiológica do país de origem do viajante, mas sim sua condição pessoal — se o turista está vacinado, testado ou recém-curado, a entrada é permitida.

Desde então, guias de turismo brasileiras em território italiano começaram a vislumbrar uma melhora no setor para 2022, apesar da preocupação com a invasão russa na Ucrânia.

"Espero por um retorno gradual, graças sobretudo à presença de turistas brasileiros que já haviam comprado suas viagens para 2020 e, agora, finalmente poderão vir", disse à ANSA a guia de turismo e blogueira do Viagem na Itália, Maria Arruda.

Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, um dos destinos favoritos do brasileiros - Mikhail Japaridze/TASS via Getty Images - Mikhail Japaridze/TASS via Getty Images
Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, um dos destinos favoritos do brasileiros
Imagem: Mikhail Japaridze/TASS via Getty Images

Segundo a guia, ela tem recebido "diariamente pedidos de orçamentos de tours" desde que foi anunciada oficialmente a reabertura para turistas provenientes do Brasil.

Para Deyse Ribeiro, guia brasileira e proprietária da agência Passeios na Toscana Reservas Turísticas, a expectativa para a retomada "é grande porque tivemos um desejo muito reprimido nestes últimos dois anos".

"Muitas pessoas ficaram guardando esse sonho, e também há pessoas que já tinham comprado as passagens e ficaram renovando.

Agora elas vão poder marcar as viagens", enfatizou.

Roma, a Cidade Eterna, é outra opção muito procurada especialmente pelos apaixonados - boggy22/Getty Images/iStockphoto - boggy22/Getty Images/iStockphoto
Roma, a Cidade Eterna, é outra opção muito procurada especialmente pelos apaixonados
Imagem: boggy22/Getty Images/iStockphoto

Ribeiro explicou à ANSA que se surpreendeu positivamente com a quantidade de pedidos após o relaxamento das regras.

Inicialmente, ela imaginou que as pessoas se programariam para viajar somente a partir do início do verão no Hemisfério Norte, em junho, mas já há trabalhos agendados para abril.

A sensação é a mesma da guia turística Leda Pinheiro, credenciada em Roma, Florença e Vaticano e que está otimista com o retorno do turismo.

"Já temos muitos pedidos. Os brasileiros têm essa necessidade de poder viajar, conhecer novos lugares, além de querer sair depois de um longo período de confinamento", disse ela à ANSA, acrescentando que já tem tours agendados nos próximos meses.

Temores

No entanto, apesar da expectativa positiva com a reabertura, as guias permanecem cautelosas por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Segundo Arruda, devido aos efeitos da guerra na economia, já é possível notar aumentos nos preços de serviços e produtos, como transporte, alimentação e hospedagem. "O panorama econômico mundial com a guerra na Ucrânia já começa a surtir alguns efeitos negativos no setor do turismo internacional", enfatizou a blogueira.

Desde o início da pandemia, muitos dos guias cadastrados na Itália sobreviveram com a ajuda de auxílios do governo, mas, de acordo com Arruda, "nada se compara à perda total de renda" experimentada por trabalhadores do setor.

"Por sorte, não preciso pagar por moradia, caso contrário teria sido necessário mudar de trabalho radicalmente, como tiveram de fazer muitos profissionais, não necessariamente só brasileiros", ressaltou a blogueira.

A dificuldade para sobreviver à pandemia também provocou o surgimento de uma petição online que pedia a liberação da entrada de brasileiros para aquecer o setor. "Foi muito difícil porque a gente criava a expectativa de que a abertura estava próxima. Foram dois anos de muitas incertezas", explicou Ribeiro.