Cruzeiro ancora em baía fora de Veneza pela 1ª vez após decreto de 2021
Após as restrições impostas pelo governo italiano, a cidade de Veneza viveu uma situação inédita neste sábado (23): um navio de cruzeiro da Norwegian Cruise ancorou na baía e disponibilizou barcos para que seus passageiros chegassem ao centro histórico.
A medida teve como objetivo respeitar o decreto que desde 1º de agosto de 2021 proíbe a navegação de embarcações com mais de 25 mil toneladas pela Bacia de San Marco e pelo Canal de Giudecca, no coração de Veneza.
O uso de barcos para transportar passageiros de cruzeiros é comum em localidades pequenas e que não têm condições de receber os "arranha-céus" do mar, porém é algo inédito para a capital do Vêneto.
De acordo com o jornal Corriere del Veneto, foi a própria Norwegian quem pediu às autoridades venezianas para ancorar na baía e utilizar três barcos, cada um com capacidade para 150 pessoas, para transportar os 1,5 mil turistas a bordo do cruzeiro.
Desde a entrada em vigor das restrições, o navio Norwegian Gem não faz mais escala em Veneza, apenas nas vizinhas Trieste e Ravenna. Essa solução, no entanto, não agradou à prefeitura.
"Não é o modelo que queremos para a cidade", disse o secretário de Turismo Simone Venturini.
O governo municipal luta há anos contra o chamado "turismo bate e volta" e busca incentivar estadias mais longas. No próximo dia 1º de agosto, está previsto o início do teste de um sistema de reserva para entrar no centro histórico de Veneza, mas válido apenas para aqueles que não pernoitarem na região.
Até julho de 2021, os navios de cruzeiro atracavam em um terminal de passageiros ao lado da principal estação ferroviária da cidade, o que produziu imagens impactantes mostrando o contraste entre o gigantismo desses transatlânticos e a fragilidade das construções de Veneza.
Após o decreto do governo, os grandes navios passaram a ser direcionados de forma provisória para o porto comercial de Marghera, na parte continental da cidade, solução que não agradou às empresas de cruzeiros.
Enquanto isso, o governo lançou um concurso internacional de ideias para encontrar uma saída definitiva para o problema, com previsão de divulgação do vencedor em 30 de junho de 2023.
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