Arqueólogos encontram mosaico milenar em Nápoles, na Itália
Um grupo de especialistas que trabalha no Parque Arqueológico de Pausilypon, em Nápoles, na Itália, encontrou um piso milenar feito de mosaico que havia sido soterrado propositalmente em uma reforma ordenada pelo imperador Augusto (63 a.C. - 14 d.C.).
Segundo o que relatou à ANSA o arqueólogo Marco Giglio, da Universidade Oriental de Nápoles, antes de ser imperial, a área de alto luxo no litoral de Nápoles pertencia a Publio Vedio Pollione, um comerciante de vinhos e um político de muito sucesso que faleceu em 15 a.C.
Conhecido por sua habilidade de negociação, mas também por sua crueldade, Pollione chegou a ser amigo de Augusto, mas o imperador se distanciou do homem por conta de sua péssima fama.
Assim que o comerciante morreu, a vila foi tomada pelo líder romano e uma grande reforma foi realizada então.
Porém, Giglio diz que é possível identificar que Augusto tentou cancelar todos os "traços do antigo proprietário". Ele explica que esse piso composto por minúsculas peças brancas estava abaixo de uma área onde, provavelmente, o imperador mandou construir as termas do complexo - que passaram por várias reformas até seu abandono total.
As novas análises nos permitiram entender que o ambiente com o mosaico é mais antigo do que as termas e pertenciam a um salão que tinha frente para o mar e era muito maior do que o local que depois foi ocupado por essas termas" Marco Giglio
A datação exata do piso ainda precisa ser realizada, mas o arqueólogo diz que deve ser "do fim da época republicana ou, no máximo, do período augusto".
Segundo relatos de Sêneca e Cassio Dione, o imperador tinha tomado distância do "amigo" que se tornou "incômodo" por conta da vida de luxos exagerados, comportamentos desprezíveis e a crueldade desmedida.
Conforme os autores clássicos, a origem da riqueza de Pollione era devida a produção e venda de vinhos e ele tinha o poder vindo de "prestigiosos" cargos políticos, como o de representante do Império na Ásia Menor, e como administrador de uma propriedade imperial no Egito.
O filósofo Cícero descreveu o comerciante como "nunca vi um homem tão perverso" e relata um episódio em que Pollione ordenou que um escravo acusado de quebrar uma xícara fosse comido vivo por moreias gigantes de seu viveiro particular de peixes.
Augusto interviu, impediu a morte e ordenou que todos os vidros preciosos da residência fossem quebrados e jogados em uma das piscinas.
Sob Augusto, a vila imperial ficou gigantesca, com novos edifícios suntuosos, pórticos, jardins, uma área pública com um teatro para duas mil pessoas e um outro para declamação de poesias. No lugar do salão usado por Pollione para entreter os visitantes e se gabar de seus bens, foi construída a área de termas, além de uma seção para um spa particular para o imperador.
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