Covid: Ômicron força cancelamento de milhares de voos ao redor do mundo e impede tradicionais reuniões de família no Natal
Milhões de pessoas enfrentaram cancelamentos de voos e mais restrições devido ao aumento de casos de covid-19.
A principal culpada é a ômicron, a nova variante do coronavírus inicialmente detectada na África do Sul que é muito mais transmissível.
Por causa disso, governos impuseram novas medidas de segurança.
Itália, Espanha e Grécia, por exemplo, retomaram o uso obrigatório de máscaras, mesmo em espaços abertos.
A região da Catalunha, no nordeste da Espanha, também impôs uma quarentena noturna e a Holanda mantém um lockdown estrito.
Embora estudos preliminares mostrem que a ômicron não seja tão grave quanto outras variantes do coronavírus, cientistas estão preocupados com o número de casos.
Na quinta-feira (23/12), números recordes foram registrados no Reino Unido, França e Itália.
"Quando temos milhões e milhões de pessoas doentes ao mesmo tempo, não é necessário que uma grande porcentagem dessas pessoas acabe em hospitais", disse Hallie Prescott, professora de Medicina Interna da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, ao jornal americano The New York Times.
O principal especialista do país em doenças infecciosas, Anthony Fauci , alertou no início desta semana que as viagens de Natal aumentariam as infecções mesmo entre pessoas totalmente vacinadas.
Milhares de voos ao redor do mundo foram cancelados, segundo o site da FlightAware, e muitas reuniões familiares típicas nessas datas serão evitadas.
Na sexta-feira, véspera de Natal, algumas companhias aéreas dos Estados Unidos disseram estar sofrendo com a falta de pessoal, com vários membros da tripulação recebendo diagnóstico positivo para covid-19, o que obriga o isolamento dessas pessoas.
A United Airlines disse que o número crescente de casos por ômicron tem um "impacto direto nas tripulações de voo e no pessoal que dirige as operações".
Na Austrália, milhares de viagens também foram afetadas: mais de 100 voos domésticos de Sydney e Melbourne para outras cidades foram cancelados.
Um porta-voz da companhia aérea Jetstar disse que a empresa redirecionou a maioria dos passageiros afetados "para poderem chegar a seus destinos a tempo para o Natal".
Pelo menos é a primeira vez em dois anos que os australianos podem viajar entre os estados durante o período de festas.
A Austrália disse que vai reduzir o tempo entre a segunda vacina e a dose de reforço para quatro meses e até três no próximo mês.
Coreia do Sul, Tailândia e Reino Unido também reduziram essa janela de tempo para três meses em dezembro.
Mais restrições
Muitos países europeus estão preparando novas restrições logo após o período de recesso. A Alemanha restringirá as reuniões privadas a um máximo de dez pessoas e fechará as casas noturnas a partir de 28 de dezembro. Os jogos de futebol serão disputados a portas fechadas.
Portugal ordenou o fechamento de bares e discotecas a partir de 26 de dezembro e o trabalho remoto em casa será obrigatório a partir dessa data até 9 de janeiro.
Mais de 5,3 milhões de pessoas morreram de covid-19 em todo o mundo, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Houve mais de 278 milhões de casos confirmados da doença até agora.
Em Belém, onde os cristãos acreditam que Jesus nasceu, houve uma missa da meia-noite em escala reduzida, sem os milhares de peregrinos que eram comuns antes da pandemia.
No entanto, o Papa Francisco celebrou a Missa do Galo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e deve realizar a tradicional bênção no dia de Natal.
Durante a celebração, o pontífice convidou os fiéis a "amar a pequenez" em um novo apelo por humildade.
Cerca de 2 mil pessoas, segundo a assessoria de imprensa do Vaticano, compareceram à missa, usando máscaras e sentadas distantes umas das outras.
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