A história por trás da foto de sobrevivente de naufrágio na Flórida
Juan Esteban Montoya, de 22 anos, foi encontrado após horas à deriva sentado no casco do barco virado.
A fotografia de um jovem sentado sobre o casco de um barco virado no meio do mar na costa da Flórida rodou o mundo.
Trata-se de Juan Esteban Montoya, de 22 anos, da Colômbia, conforme apurou a BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
O jovem, que foi resgatado na terça-feira (25) após passar horas à deriva, disse que deixou as Bahamas na madrugada de domingo com outras 39 pessoas.
Ele estava viajando com sua irmã mais nova, María Camila, que desapareceu no naufrágio.
A Guarda Costeira dos EUA resgatou cinco corpos do mar antes de encerrar suas buscas — em uma área marítima do tamanho do estado americano de Nova Jersey — na quinta-feira (27).
As autoridades foram alertadas sobre o ocorrido na terça-feira, quando um navio comercial avistou um homem agarrado ao casco de um barco a cerca de 72 km de Fort Pierce, na Flórida.
As autoridades americanas acreditam que a embarcação poderia ser parte de um "esquema de contrabando de pessoas".
Nenhum dos 40 passageiros estava usando colete salva-vidas, segundo contou Montoya, que é do município de Guacarí, na região do Vale do Cauca, na Colômbia.
Ele foi resgatado na terça-feira, quando o capitão do rebocador, Signet Intruder, o avistou em apuros.
"Às 8h05, nós o trouxemos a bordo, e ele foi tratado imediatamente. Já que estava desidratado, demos a ele água e um pouco de comida. Ele estava muito fraco e muito angustiado", contou o gerente de operações da companhia de navegação Signet, na Flórida, ao jornalista Atahualpa Amerise, da BBC News Mundo.
"Ele nos disse que havia 40 pessoas em seu barco no total, incluindo ele, e que, depois de deixar Bimini à meia-noite de sábado para domingo, eles completaram quatro horas de viagem até que o mau tempo fez o barco virar".
Cerca de 20 pessoas ainda teriam resistido horas agarradas ao casco da embarcação, segundo Montoya contou à tripulação.
A capitã Jo-Ann Burdian, comandante da Guarda Costeira do setor de Miami, disse em entrevista coletiva que o incidente ocorreu em uma rota "habitual" de contrabando de pessoas das Bahamas para o sul dos EUA.
As condições meteorológicas no domingo incluíam uma frente fria severa, ondas altas e ventos fortes.
A ilha de Bimini é o distrito mais ocidental das Bahamas e fica a apenas 80 quilômetros de Miami.
Incidentes envolvendo embarcações lotadas de pessoas não são incomuns nas águas da Flórida. Muitos casos envolvem migrantes de Cuba e do Haiti tentando chegar aos EUA.
Na terça-feira, mesmo dia em que as autoridades souberam do naufrágio, a Guarda Costeira interceptou 191 cidadãos haitianos nas águas próximas às Bahamas.
Em outro incidente, apenas alguns dias antes, 88 haitianos foram encontrados em um barco superlotado na área.
"Navegar pelos Estreitos da Flórida, os Canais de Mona e Barlavento em embarcações superlotadas e aquém das condições adequadas à navegação é extremamente perigoso e pode resultar em perda de vidas", alertou a Guarda Costeira em comunicado.
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