Setor de turismo em crise tenta salvar verão na Europa
Na ilha grega de Mikonos, o prefeito Kostas Koukas tenta desesperadamente retomar o turismo que é vital para a economia.
Koukas e políticos de vilas e cidades da Europa tentam salvar algo da temporada de verão em meio ao bloqueio de viagens pela pandemia de coronavírus. Com a doença amplamente sob controle na Grécia, Mikonos está em boa posição para se beneficiar, pois as restrições são mais flexíveis do que em países mais afetados, como Itália e Espanha.
"Os residentes querem que a ilha seja aberta não apenas para conter perdas econômicas, mas também porque o turismo é a nossa vida", disse Koukas. "Sem dúvida, esta temporada não será normal, mas queremos abrir porque será muito importante para as seguintes."
Após uma batalha de dois meses para controlar o vírus, governos europeus começam a diminuir medidas de isolamento social, dando esperança a hoteleiros, donos de restaurantes e proprietários de bares. É um ato de equilíbrio delicado para autoridades que desejam retomar a atividade, mas que se preocupam com uma nova onda de infecções.
O surto causou impacto sem precedentes no turismo da Europa, derrubando vendas e colocando milhões de empregos em risco em um setor que responde por cerca de 10% do PIB. A demanda deve cair cerca de 40% neste ano e não deve voltar aos níveis pré-crise até 2023, segundo a Comissão Europeia de Viagens (ETC, na sigla em inglês), que representa 33 organizações nacionais de turismo.
Empresas como IAG, controladora da British Airways, e a alemã TUI, a maior operadora de pacotes turísticos do mundo, cortam dezenas de milhares de empregos e algumas empresas familiares de menor porte talvez nunca se recuperem.
"É apenas uma questão de tempo até que o dinheiro acabe e veremos falências em toda a Europa", disse o diretor-executivo da ETC, Eduardo Santander.
Países com taxas mais baixas de infecção, incluindo Grécia, Alemanha e Áustria, estão prontos para abrir as economias mais rapidamente, fechando acordos bilaterais de viagens. Em outros, como Itália, Espanha e França, onde 85 mil pessoas morreram, ainda não está claro quanto tempo vai levar para que o turismo se torne viável novamente e como o setor vai abordar as rígidas regras de distanciamento social e de higiene.
Para estimular um renascimento no setor, a Comissão Europeia publicou nesta semana diretrizes sobre vários pontos, desde a remoção de restrições de fronteiras até o uso de aplicativos de rastreamento de telefones celulares. Mas muitas pessoas não se sentirão seguras o suficiente para viajar até que exista uma vacina ou tratamento, que ainda podem demorar meses ou até mais.
Adrian Bridge, que comanda o Yeatman Hotel com vista para a cidade do Porto, ao norte de Portugal, disse que seu maior desafio será convencer hóspedes de que os padrões de higiene são rigorosos o suficiente para protegê-los de possíveis infecções.
"As pessoas vão querer que sua mesa seja posta em frente delas e desembrulhar a própria faca e garfo, para que vejam que são os primeiros a tocá-los", disse Bridge. "Historicamente, tentamos ser invisíveis no processo de limpeza e agora nos tornaremos visíveis para que os hóspedes fiquem tranquilos."
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