Aéreas dos EUA enfrentam novo normal em viagens corporativas
Companhias aéreas dos EUA, atingidas pela queda catastrófica de passageiros durante a pandemia, enfrentam um cenário antes impensável: que a crise reduza grande parte dos voos corporativos que por décadas sustentaram os lucros.
"É provável que as viagens de negócios nunca retornem aos níveis pré-Covid", disse Adam Pilarski, vice-presidente sênior da Avitas, uma consultoria de aviação. "É um daqueles casos infelizes em que o setor ficará permanentemente prejudicado, e o que perdemos agora nunca mais voltará."
Está em jogo a parte mais rentável do setor aéreo, impulsionada por empresas que aceitaram - ainda que de má vontade - a necessidade de gastar alguns milhares de dólares em uma passagem de última hora nos EUA ou para o outro lado do oceano. Enquanto milhões de clientes voam raramente, executivos estão constantemente no ar para fechar um acordo ou impressionar um cliente.
As viagens de negócios representam de 60% a 70% das vendas do segmento, de acordo com estimativas da associação Airlines for America.
Esse pilar está ameaçado após o colapso sem precedentes do tráfego de passageiros que começou há quatro meses. Metade dos entrevistados em uma pesquisa com CEOs da Fortune 500 disse que as viagens corporativas nunca retornarão ao que eram antes da Covid-19, segundo a revista Fortune.
Até líderes do setor, como o diretor-presidente da Delta Air Lines, Ed Bastian, estão se curvando ao inevitável.
"Acho que nunca voltaremos totalmente para onde estávamos em 2019 com o volume de tráfego corporativo", disse Bastian em 14 de julho, depois que a empresa divulgou prejuízo trimestral ajustado de US$ 2,8 bilhões, um recorde.
A United Airlines divulga balanço na terça-feira, seguida por Southwest Airlines e American Airlines na quinta-feira.
Mesmo depois de 18 a 24 meses, as viagens de negócios permanecerão pelo menos 25% abaixo dos níveis pré-pandemia e podem permanecer em cerca da metade do volume anterior, disse Bruno Despujol, sócio da consultoria Oliver Wyman. As viagens para fins internos, que respondem por até 40% da demanda corporativa, devem diminuir.
'Presos'
Na Sunnova Energy International, as viagens no próximo ano podem equivaler a apenas metade dos níveis de 2019 e, possivelmente, corresponder a 25%, disse o CEO John Berger.
A empresa de painéis solares residenciais, com sede em Houston, que costumava colocar executivos em assentos premium ou na classe econômica dependendo da duração da viagem, planeja realizar mais reuniões por videoconferência.
"Estamos praticamente presos agora", disse Berger. "Não estamos fazendo muitas viagens - muito raro. Agora, começo a ficar preocupado se vamos fazer muitas viagens no primeiro trimestre" do próximo ano.
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