Companhia aérea holandesa cancela voos para Ucrânia por tempo indeterminado
A companhia aérea holandesa KLM cancelou todos os voos para a Ucrânia a partir deste sábado (12) e anunciou que deixará de sobrevoar o espaço aéreo ucraniano até nova ordem.
A KLM costuma ter dois voos diários de Amsterdã para Kiev, sendo que o segundo voo deste sábado foi cancelado.
A companhia aérea tomou a decisão após o ministro das Relações Exteriores holandês, Wopke Hoekstra, ter pedido a todos os cidadãos holandeses que se encontram na Ucrânia que deixem o país "o mais rapidamente possível", pois a situação de segurança na fronteira com a Rússia "deteriorou-se ainda mais".
Em conversa com jornalistas, Hoekstra insistiu sobre a necessidade de "levar isso muito a sério" e lembrou aos cidadãos que "continua sendo principalmente da responsabilidade dos próprios holandeses deixar o país".
No mapa de avisos de viagem do ministério, a Ucrânia agora está marcada em vermelho, o que significa que todas as viagens são desencorajadas e os cidadãos holandeses são aconselhados a "partir enquanto os voos comerciais ainda estão disponíveis".
A maioria dos funcionários da embaixada holandesa em Kiev também deixará o país e apenas um serviço mínimo será mantido, e uma espécie de centro diplomático temporário será criado em Lviv para prestar assistência de emergência, como vistos e salvo-conduto.
Temores de invasão russa
A decisão do governo holandês segue o passo dado por outros países como Bélgica, Espanha, Alemanha e Reino Unido, que pediram a seus cidadãos que deixem a Ucrânia imediatamente, como fizeram os Estados Unidos.
Os temores de uma invasão russa da Ucrânia aumentaram nos últimos dias, segundo Washington, embora o governo ucraniano tenha pedido a todos os seus cidadãos que permaneçam calmos e assegurou que as forças armadas ucranianas repelirão "qualquer ataque".
Quando questionada pela agência de notícias AFP, a Lufthansa disse que a situação na Ucrânia está sendo "monitorada muito de perto". "A cessação do tráfego aéreo está sendo examinada, mas não há decisão sobre isso neste momento", declarou a companhia aérea alemã. A Air France emitiu declaração semelhante.
Em julho de 2014, um míssil russo abateu o voo MH17 da Malaysia Airlines, causando a queda do Boeing 777 que sobrevoava a Ucrânia. As 298 pessoas a bordo morreram, a maioria holandesas — o voo havia partido de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur. Os investigadores concluíram que o míssil Bouk-Telar foi disparado de uma brigada antiaérea em Kursk, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia.
(Com informações da Agência Lusa e da AFP)
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