Alemanha anuncia alívio de restrições contra covid-19
Governos federal e estaduais concordam com um relaxamento escalonado das medidas nas próximas semanas. Chefe de governo alemão mantém plano de impor vacinação obrigatória e alerta que pandemia ainda não chegou ao fim.
Os governos federal e dos 16 estados da Alemanha anunciaram nesta quarta-feira (16) que a maior parte das restrições para conter a propagação da covid-19 serão removidas em 20 de março. A decisão coincide com o relaxamento das medidas nos países vizinhos Áustria e Suíça.
A estratégia em três fases foi apoiada pelo chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e pelos governadores, num momento em que os números da pandemia iniciam tendência descendente. "O pico já foi provavelmente atingido", comentou Scholz.
Em conferência de imprensa ao lado do governador da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrik Wüst, e da prefeita de Berlim, Franziska Giffey, o chefe de governo destacou que a obrigatoriedade da vacinação ainda é a política oficial do governo.
A imposição seria necessária para preparar o país para o outono e o inverno (a partir de 23 de setembro), e que o relaxamento das restrições só funcionará atrelado à expansão da campanha de vacinação.
A vacinação obrigatória, segundo Scholz, "se torna absolutamente necessária quando as temperaturas esfriarem novamente". A medida, porém, ainda enfrenta alguma resistência no Bundestag (câmara baixa do parlamento).
A coalizão de governo encabeçada pelos social-democratas ainda está dividida sobre a questão, e deixou a decisão para os parlamentares. Até o momento, ainda não há data para a votação nem está claro em que direção ela deverá tender.
Relaxamento em três fases
A primeira fase do relaxamento remove a obrigatoriedade da comprovação de vacinação ou de recuperação da doença para o acesso ao comércio não essencial e põe fim ao limite numérico para reuniões privadas entre vacinados.
A partir de 4 de março, as exigências para o acesso a bares e restaurantes serão relaxadas. Será possível entrar nesses locais apresentando somente um teste negativo ou, em algumas regiões, atestado da dose de reforço.
Já o acesso às casas noturnas e discotecas continua sendo apenas para vacinados ou recuperados. Grandes eventos poderão ocorrer somente com 75% de capacidade de público.
As medidas mais amplas de relaxamento virão a partir de 20 de março. O chefe de governo alemão ressaltou, porém, que a obrigatoriedade do uso de máscaras e distanciamento social continuarão em vigor.
A Alemanha e diversos outros países europeus registraram um aumento exponencial dos casos, nos últimos meses. A variante ômicron do coronavírus, mais contagiosa, gerou recordes de casos diários em diversas regiões.
O Instituto Robert Koch, a agência de controle e prevenção de doenças da Alemanha, registrou ligeiras quedas seguidas nas taxas de infecção nos últimos dias, apesar de os números ainda estarem acima dos níveis pré-ômicron.
"Pandemia ainda não acabou"
Nesta quarta-feira, o RKI registrou 219.972 novos casos de covid-19 e 247 mortes. A taxa de incidência por 100 mil habitantes em sete dias — fundamental para a definição das políticas de combate a pandemia — está em 1.401.
"Depois de dois anos, merecemos que as coisas, de alguma forma, voltem a melhorar, e parece ser exatamente isso que temos à nossa frente", disse Scholz à imprensa, após a reunião com os governadores.
Ele se declarou otimista, mas pediu que a população se mantenha alerta, pois novas variantes do coronavírus ainda poderão surgir. "Não podemos ser desleixados em meio a todo esse otimismo e confiança. Por isso, temos que dizer com clareza que a pandemia ainda não acabou."
(Com informações da AP, DPA e Reuters)
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