Topo

Data da festa do Natal tem origens pagãs

Nem sempre a celebração do Natal envolveu o nascimento de Jesus Cristo, reencenado nos presépios - pianisssimo/Getty Images/iStockphoto
Nem sempre a celebração do Natal envolveu o nascimento de Jesus Cristo, reencenado nos presépios Imagem: pianisssimo/Getty Images/iStockphoto

da Deutsche Welle

24/12/2022 04h00

Na Alemanha, como no Brasil, é na véspera de Natal que se presenteiam parentes e amigos. Mas a festa é em 25 de dezembro, quando, em outros países, também transcorre a troca de presentes. Por que o Natal cai nesse dia?

A questão do Natal é parecida com o mistério da concepção da Virgem Maria. Ninguém sabe ao certo como aconteceu.

Nos primeiros séculos da nossa era, havia na Palestina até mesmo cristãos que comemoravam o nascimento de Jesus em maio.

Tradição, aliás, que muitos alemães até pensam não ser uma má ideia, considerando o estresse de fazer as suas últimas compras de Natal enfrentando o frio e ruas abarrotadas de neve no inverno europeu.

Natal invernal desde século 4º

A tradição de se festejar o Natal em dezembro foi estabelecida no século 4º. Em 336, o 25 de dezembro é mencionado oficialmente pela primeira vez como o aniversário de Jesus. Mas o motivo dessa escolha é discutido pelos estudiosos até hoje.

Alguns dizem que a data decisiva para o cálculo foi o 25 de março, quando dia e noite têm duração igual.

O cenário gelado do tradicional mercado de Natal em Aachen, na Alemanha, já era comum nas celebrações europeias a partir do século 4 - iStock/Getty Images - iStock/Getty Images
O cenário gelado do tradicional mercado de Natal em Aachen, na Alemanha, já era comum nas celebrações europeias a partir do século 4
Imagem: iStock/Getty Images

A data já tinha significado importante na era pré-cristã, e os cristãos tomaram posse dela, como o dia em que um anjo anunciou a Maria que ela teria um filho. Nove meses depois, e estamos no dia 25 de dezembro.

Mas que ninguém pergunte como se sabia que o anjo apareceu exatamente no dia 25 de março, ou por que uma concepção divina deve necessariamente durar nove meses.

Cristãos reciclaram costumes de outros povos

A teoria mais difundida sobre o Natal no fim do ano evoca a "Festa do Sol Vitorioso", que os povos germânicos comemoravam no dia 21 de dezembro com muitas luzes. Eles temiam que o mundo saísse dos eixos, devido à longa escuridão e, com tochas e velas, garantiam que isso não fosse acontecer, durante a noite mais longa do ano.

Consta que os espertos cristãos se apoderaram desse simbolismo de luzes e colocaram o nascimento do Messias, seu redentor, simplesmente na mesma data, dando um novo significado às festividades germânicas. Afinal, no Antigo Testamento o Salvador é, de fato, designado como a luz que virá ao mundo.

Presépio e árvore de Natal na Praça São Pedro, no Vaticano: o uso do pinheiro verde tem origens pagãs - Filippo Monteforte/AFP - Filippo Monteforte/AFP
Presépio e árvore de Natal na Praça São Pedro, no Vaticano: o uso do pinheiro verde tem origens pagãs
Imagem: Filippo Monteforte/AFP

E como essa apropriação funcionou tão bem, os cristãos decidiram ao longo dos séculos também ir se apoderando de vários outros costumes pagãos. Um exemplo é a sempre verde árvore de Natal, símbolo da fidelidade e da esperança, enfeitada com luzes como sinal dos planos de Deus para salvar a humanidade.

Na Alemanha, assim como no Brasil, é na véspera de Natal que se presenteiam parentes e amigos, com a diferença de que os alemães não costumam esperar até a meia-noite. Porém os feriados são em 25 de dezembro, quando, em muitos países, também acontece a troca de presentes, e no dia 26.