Executivo indiano é preso por urinar em idosa durante voo
Shankar Mishra era funcionário do gigante bancário americano Wells Fargo e foi demitido após incidente vir à tona. Companhia aérea Air India foi severamente criticada pelo descaso com que tratou o incidente.
A polícia da Índia prendeu neste sábado (7) Shankar Mishra, ex-executivo do gigante bancário americano Wells Fargo, por supostamente urinar em uma passageira idosa em um voo da Air India, que ia de Nova York para Nova Délhi, em 26 de novembro.
Após uma avalanche de críticas sobre como lidou com o incidente, a Air India afastou quatro membros da tripulação e um piloto e anunciou uma investigação interna. Já a Wells Fargo demitiu Mishra, que era vice-presidente de operações indianas, e disse na sexta-feira que o incidente era "profundamente perturbador".
Mishra foi preso após dias foragido. Embora ela tenha desligado o celular quando a história veio à tona na mídia indiana, continuou mantendo contato com a família e amigos pelas redes sociais e usou o cartão de crédito na cidade de Bangalore, permitindo que sua localização fosse rastreada. Segundo a polícia, ele seria levado para Nova Délhi para investigação.
O que aconteceu no voo
Segundo relatos da mídia indiana, Mishra, que estava bêbado, abriu o zíper da calça e urinou na idosa de 72 anos. Ambos eram passageiros da classe executiva. A notícia veio a público depois que um jornal indiano publicou o relato escrito pela idosa ao presidente da empresa proprietária da companhia aérea.
A passageira relatou que, depois de trocar de roupa, ficou perto do banheiro por cerca de 20 minutos. "Pedi uma mudança de assento, mas fui informada de que não havia assentos disponíveis".
"Uma das aeromoças veio depois de 20 minutos e me ofereceu o pequeno assento usado pela equipe da companhia aérea, onde me sentei por cerca de uma hora. Então me pediram que eu voltasse ao meu assento sujo inicial. Embora a equipe tivesse colocado lençóis em cima, a área ainda estava úmida e cheirando a urina", relatou a idosa.
Ela acrescentou que, "duas horas depois, recebi um assento da tripulação, onde me sentei pelo restante do voo — aproximadamente 5 horas". A mulher disse que, quando Mishra ficou sóbrio, se desculpou, começou a chorar e implorou para que ela não apresentasse queixa.
Mishra, por sua vez, divulgou um comunicado através de um advogado afirmando que já havia chegado a um acordo com a vítima e pagado uma compensação.
Críticas à Air India
A Air India, recentemente comprada pelo conglomerado Tata Group após décadas sob o controle do Estado, enfrentou severas críticas pela forma como reagiu ao caso. Até mais de um mês após o incidente, a companhia aérea não havia apresentado um boletim oficial sobre o incidente.
Além disso, a tripulação foi criticada por permitir que o homem fosse liberado normalmente, simplesmente indo embora sem sequer prestar depoimento ou se apresentar à polícia. Na sexta-feira, em um comunicado, o regulador de segurança da aviação da Índia criticou a companhia aérea por sua "conduta não profissional".
Um segundo incidente semelhante teria ocorrido no mês passado em um voo de Paris para Nova Délhi. "A Air India reconhece que poderia ter lidado melhor com essas questões, tanto no ar quanto em terra, e está comprometida em agir", disse o CEO da companhia aérea, Campbell Wilson, em um comunicado neste sábado.
Wilson acrescentou que a Air India iniciou várias medidas para melhorar sua resposta a tais incidentes e disse que a companhia está cooperando com as autoridades locais. "Estamos comprometidos em fornecer um ambiente seguro para clientes e tripulação, bem como operar em total conformidade com todas as leis e regulamentos", destacou.
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