Turismo do Uruguai se mostra esperançoso com reabertura para estrangeiros
Desde 17 de março de 2020, quando o Uruguai proibiu a entrada de viajantes procedentes do exterior devido à crise sanitária da covid-19, muito se falou sobre o retorno do turismo estrangeiro ao país e agora, quase 18 meses depois, a reabertura gradual que começou nesta quarta-feira (1) enche o setor de esperança.
Depois de tanto tempo, o setor de turismo no país vê uma luz no final do túnel, pois os estrangeiros com propriedades no Uruguai finalmente poderão voltar a entrar. Mas é apenas o começo da reabertura.
Essa etapa foi aprovada há duas semanas e ainda está em um período de melhoria e adaptação por parte das autoridades, assim como dos visitantes. Durante os primeiros dias é esperado um baixo nível de renda, como admitiu o vice-ministro de turismo, Remo Monzeglio, em entrevista à Agência Efe.
De janeiro deste ano até 31 de agosto, somente estrangeiros residentes no país, tripulações de aeronaves e navios, transportadores, diplomatas credenciados, casos de reagrupamento familiar e casos relacionados a fins econômicos foram autorizados a entrar, com liberação expressa do governo.
A partir desta quarta, aqueles que podem entrar são os donos de propriedades em território uruguaio junto com parentes de primeiro e segundo grau. Todos precisarão entrar ao mesmo tempo e comprovar que receberam todas as doses de vacinas contra a covid-19 recomendadas pelos laboratórios.
Após meses extremamente complicados no início deste ano, com um aumento exponencial de infecções pelo coronavírus e de mortes causadas pela covid-19, a partir de julho a realidade passou a ser diferente. Atualmente, a situação sanitária no Uruguai continua melhorando, e apenas 1.176 dos 385.078 casos registrados no país estão ativos. Além disso, 70,94% da população já recebeu as duas doses de imunizantes.
"É uma porta que se abre, porque embora não sejam turistas convencionais. Estamos falando de pessoas que investiram no país, elas são turistas. Para nós, é muito importante que eles tenham a possibilidade de entrar antes dos demais", afirmou Monzeglio.
Os vizinhos da Argentina devem ser os primeiros a aproveitar a possibilidade de visitar as propriedades que não puderam ver durante um ano e meio. Na verdade, o então Ministro do Turismo, Germán Cardoso, que renunciou há alguns dias devido a acusações de compras irregulares, havia declarado que há uma estimativa de 90 mil argentinos com propriedades em território uruguaio.
Mas não se pensa que a chegada seja apenas para turismo. Um efeito imediato esperado é o processamento da carteira de identidade uruguaia dessas pessoas.
Essa abertura é o início de um aumento exponencial do turismo que atingirá seu auge em 1º de novembro, quando as barreiras serão suspensas definitivamente, e todos os estrangeiros — com todas as doses de vacina e um teste PCR negativo — poderão entrar.
"O setor de turismo está esperançoso. Já está com essa situação de entrada de proprietários porque significa que alguns hotéis vão trabalhar mais, porque nem todos ficam em casa, há pessoas que fazem trabalhos de manutenção. Obviamente restaurantes e lojas vão trabalhar mais. Há uma atmosfera de otimismo que apoiamos", destacou o vice-ministro de turismo.
Olhar local
Um dos lugares afetados por esta nova etapa são os departamentos da costa oeste, que estão localizados perto da Argentina, já que a diferença cambial significa que pode haver uma inundação de uruguaios viajando para consumir no país vizinho quando este também abrir suas fronteiras.
Nesse sentido, os prefeitos de Rio Negro, Omar Lafluf, e Paysandú, Nicolás Olivera, concordam que é positivo que os argentinos e uruguaios comecem a se encontrar novamente depois de tanto tempo separados, mas reconhecem a importância de estarem preparados para evitar um grande impacto negativo no comércio local.
"O que aconteceu desde março de 2020 foi um forte castigo, por isso aplaudimos a abertura da fronteira, mas também temos que defender nossas populações porque a atividade de nossos departamentos aumentou significativamente na medida em que é proibido passar para o lado argentino", explicou Lafluf.
Olivera, por sua vez, admitiu estar esperando o processo inverso para quando os uruguaios puderem ir para a Argentina e tentarão encontrar alternativas para que isso afete o menos possível.
"Esta é uma notícia necessária. Não podemos pensar que depois de anos de um processo de integração que temos com os argentinos, que as pontes ainda estão fechadas. É algo que todos nós queremos ver acontecer, mas de uma forma que não acabe nos prejudicando como resultado dessas diferenças cambiais", afirmou.
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