Mais de 200 brasileiros esperam voos para voltar da África do Sul
As histórias de brasileiros sem saber como voltarão para casa devido à pandemia de coronavírus em diversos países pelo mundo não param de surgir. Desta vez, um grupo de mais de 200 de pessoas aguarda autorização de voos para retornar da África do Sul - que anunciou suas primeiras mortes nesta sexta (27).
Ao contrário de casos semelhantes no Peru, por exemplo, a responsabilidade maior dessa aflição tem sido dirigida à Latam Airlines, como afirma Bárbara Braz, empresária de 29 anos que está no país a trabalho e foi de Cidade do Cabo a Joanesburgo tentar resolver sua situação.
Desde o dia 22, voos partindo da maior cidade sul-africana com destino ao Aeroporto de Guarulhos (São Paulo) passaram a ser cancelados. Segundo o grupo, desde então, a cia providenciou acomodação para parte dos passageiros que estavam nos voos dos dias 22 e 23, mas não para o restante do grupo, com voos previstos até o dia 29.
Segundo Bárbara, sem resposta ou ajuda da companhia desde o início da semana, muitos remarcaram seus voos via aplicativo e tiveram o aviso do cancelamento por email marketing.
Até esta quinta (26), quem não tinha providenciado estadia por conta, como Bárbara, acabou ficando "preso" no aeroporto, sem acomodação e alimentação, uma vez que na quarta-feira (25) foi estabelecida a proibição dos deslocamentos no país.
Ainda sem data para voltar
Ao chegar no aeroporto atrás de uma solução, muitos outros brasileiros aguardavam o mínimo auxílio da empresa. Após dias sem respostas, o grupo foi contatado pela Latam somente nesta quinta e, por um esforço da união dos passageiros, foi levantada a lista dos que tinham não haviam tido qualquer suporte e esta foi repassada à cia.
A situação até a tarde desta sexta (27) é a de espera por informações. As pessoas que aguardavam no aeroporto foram alocadas em hotéis, hostels e airbnbs.
Segundo Bárbara, a Latam se posicionou como a Embaixada brasileira no país já havia feito e disseram que estão em contato com o governo para obter uma autorização para embarcar todos os brasileiros. "Mas ainda não temos datas. Continuamos aguardando", afirma.
Dias de abandono
Até a tarde desta quinta, brasileiros relatavam que o escritório da Latam no aeroporto de Johanesburgo encontrava-se fechado para público. Além disso, os canais de atendimento por telefone tinham espera de mais de 40 minutos até que a ligação caísse.
Ontem, o grupo afirmava também que a Latam continua vendendo bilhetes para o trecho a preços exorbitantes. "Nossa indignação é pelo descaso", afirma a empresária.
Resposta oficial da cia
Procurada por Nossa na tarde de quinta (26), a Latam no fim da tarde desta sexta (27) com o comunicado a seguir:
"A LATAM vem trabalhando fortemente junto às autoridades dos diversos países onde opera para trazer seus clientes de volta para casa, em função das restrições de entrada/ saída e fronteiras fechadas.
Mesmo diante dessa situação alheia à sua vontade, entre 19 de março e 24 de março, o Grupo LATAM operou cerca de 60 voos especiais e repatriou mais 10 mil pessoas provenientes de diversas partes do mundo. Em paralelo, no mesmo período, a companhia realizou 3.348 voos regulares, transportando 329.769 passageiros. Para o Brasil, a LATAM já repatriou passageiros que estavam em Cusco, Lima, Londres, Jamaica, Portugal, Punta Cana, Israel e Santiago.
Para os próximos dias a companhia já tem programado voos chegando de Lisboa hoje (27), 29, 31 e 1 de abril, repatriando 1300 pessoas que estavam na cidade. A LATAM já tem também um voo programado a partir de Joanesburgo para o dia 1° de abril. A companhia reforça que está em contato com seus clientes para prestar as informações necessárias".
Clima no país
Bárbara relata que habitantes e turistas se encontram em um cenário esta tranquilo "na medida do possível", pelo menos em relação ao contágio do coronavírus. "Por aqui, o governo tomou as medidas de segurança com bastante antecedência. Por isso não existe ainda crise de saúde e nem surto de casos", conta.
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