Coronavírus: como congelar alimentos corretamente e evitar o desperdício
Em época de pandemia do coronavírus, saber congelar e descongelar os alimentos de forma correta é essencial para evitar o desperdício e garantir as refeições durante a quarentena.
Segundo a médica nutróloga Ana Luisa Vilela explica, a melhor maneira de conservar e manter os produtos mais próximos de seu estado original é, antes que qualquer coisa, ficar atento à temperatura do freezer, que deve ser de pelo menos -18ºC.
Além disso, é essencial conhecer o tempo que os itens podem ficar no congelador.
Variações para cada alimento
Arroz
O alimento temperado pode ficar por até três meses congelado. Para garantir a durabilidade, é importante conservar o arroz fresco, logo após o preparo.
Opte sempre por recipientes de vidro, mas caso não tenha outra opção, os potes de plástico podem ser usados. Você só precisa ficar atento à procedência do produto e à total vedação da tampa.
Feijão
Você pode guardá-lo só cozido ou temperado por até três meses. É importante estar atento ao descongelamento, pois solta muita água. A dica é esquentar em panela e deixar o caldo reduzir, ou degelar conservado na geladeira e nada de micro-ondas.
Carnes e aves cozidas
Elas podem ser congeladas de dois a três meses em embalagens ou saquinhos de plástico a vácuo. As aves duram um pouco mais que cortes de vaca ou porco, podem ficar até quatro meses no freezer.
No caso dos bifes já fatiados, o ideal é colocá-los separados em saquinhos plásticos com fechos de zíper.
Para descongelar, a dica é deixar a carne na geladeira ou, se tiver com pressa, na pia sem nenhum contato com oxigênio. Isso porque o micro-ondas e o forno acabam cozinhando o alimento, podendo fazer ele passar do ponto.
Carnes e aves cruas
Com duração de até doze meses no freezer, podem ser conservadas em recipientes de plástico, específicos para congelamento de alimentos, ou nas próprias bandejas do mercado e armazenadas sem tempero.
Peixes
Podem ser armazenados em potes de plástico com tampa e mantidos no freezer por um período de quatro a seis meses. Os tipos mais gordurosos, como o salmão, duram menos tempo, no máximo dois meses.
Massas prontas
Com validade de até três meses no freezer, precisam ser congeladas em embalagens de vidro, mas os recipientes de plástico próprios para alimentos podem servir se a tampa estiver bem vedada.
Ao descongelar, não coloque direto na água fervente ou frigideira. A dica é fazer um banho-maria, esperar resfriar na pia (se bem fechado) ou deixar na geladeira.
Molhos e sopas
Podem ficar de dois a três meses congelados em recipientes de vidro bem tampados. Um ponto importante para atentar-se é a quantidade de gordura. Maior concentração, menor o tempo de conservação.
Além disso, não coloque no micro-ondas - pode provocar excesso de água. O ideal é colocar direto em uma panela, no fogo baixo, com um pouquinho de água.
Queijos
Os frescos não devem ser congelados por conterem muito líquido. Os demais, embora sejam mais consistentes, têm uma durabilidade de no máximo um mês devido à facilidade de entrada de bactérias.
O processo de descongelamento deve ser feito dentro da geladeira, isso porque o leite é altamente perecível. Se deixar muitas horas na pia em um dia quente, por exemplo, pode azedar.
Leite
Se for retirar da embalagem original, ele deve ser colocado em um recipiente que possa ir ao freezer e que seja grande o suficiente para deixar espaço para a expansão do leite ao congelar. Ele pode ficar por até quatro meses congelado.
Para descongelar, o recomendado é fazer isso lentamente na geladeira. Ele pode ser consumido sem problemas e é tão nutritivo quanto o leite fresco.
Pães
Podem ser congelados em saquinho plástico ou vasilha de vidro totalmente vedados. Para descongelar, é só colocar no forno preaquecido. Deve ser consumido imediatamente, senão desidrata e fica duro.
Qual recipiente é melhor?
Segundo a especialista, o vidro é sempre a opção mais adequada. Isso por ser um material mais inerte, que não reage quimicamente, além de ser reciclável e não transportar substâncias para os alimentos.
Sobre potes e sacolas plásticas, nunca se sabe a manipulação exata utilizada em fábrica, por isso só é indicado investir naqueles específicos para comida. Além disso, é importante verificar a presença de bisfenol, composto químico que foi proibido por causar problemas à saúde humana: "É fundamental atentar-se ao que for comprar, sempre leia a descrição do produto", indica a doutora.
Regras para descongelar
Uma lei fundamental na conservação de alimentos é nunca descongelar duas vezes a mesma porção, isso reduz sua durabilidade: "Você acaba retomando o processo de degradação e pode aumentar o risco de infecções alimentares", explica Ana Luisa.
O mais recomendado é descongelar dentro da geladeira, pois a proliferação de bactérias acontece de maneira mais lenta, além de ajudar a manter cor, sabor e textura. Deixar na pia aumenta os riscos pela temperatura mais alta.
Como já mencionado, o uso de micro-ondas para esta função não é o mais indicado para comidas que contenham muita água. O ideal é aguardar chegar à temperatura ambiente, sempre com o recipiente bem fechado para não facilitar a vida das bactérias.
Alimentos que não podem ser congelados
Uma outra dica fundamental é nunca congelar folhas ou verduras cruas, que apodrecem se expostas a temperaturas muito baixas. Os legumes, em geral, não devem ser guardados em pedaços muito grandes, isso porque ficam aguados demais e devem ser consumidos ao máximo no dia seguinte.
Porém, existe um truque se quiser congelar vegetais, eles devem passar pela técnica de branqueamento. Basta você escaldar o alimento em água fervente e, em seguida, resfriar numa bacia com água e gelo. Pode deixa em média 35 segundos para legumes mais consistentes, como a cenoura, e 15 para os mais macios, como a abobrinha.
Antes de levá-los ao freezer, seque o máximo que conseguir, senão podem formar cristais que estragam a comida.
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