Chocolatier que trabalhou para Elizabeth 2ª revela receita de famosa mousse
Comer chocolate é um dos grandes prazeres de quem ama doces. Já entender cada detalhe e propriedade dessa iguaria é para poucos. Um dos grandes chocolatiers da atualidade é o francês Patrice Chapon, que, ainda adolescente, foi convidado para trabalhar no Palácio de Buckingham, na Inglaterra.
Chapon cresceu em Paris, na França, e sua primeira memória de chocolate vem de uma mousse feita por sua mãe quando ele tinha sete anos: "Me lembro de ser impaciente, porque quando se faz a sobremesa, você precisa esperar uma noite para ela ficar na consistência ideal. A primeira vez que experimentei foi amor ao primeiro gosto. Tanto que, na segunda vez que ela fez, assaltei a geladeira no meio da madrugada", conta.
"Deliciosa, macia e leve", é assim que Chapon define sua famosa receita de mousse, inspirada naquela lembrança de infância e preparada com sua principal assinatura: uma barra de chocolate com grãos do Peru, Equador, Madagascar e Venezuela.
Encontrado apenas em Paris, o doce está nos planos do francês para muito além: "Meu grande sonho é conseguir criar bancas por todo o mundo onde você pega sua mousse, come na rua, na mesa, ou leva para casa. Quero popularizar minha receita", revela.
Para quem ficou com vontade e quer experimentar a receita, veja ela completa.
Os segredos do chocolate
A quem pergunta como definir a qualidade de um chocolate. Chapon explica que tudo está ligado às papilas gustativas, que precisam ser "treinadas" para conseguir diferenciar sabores: "É importante que você saiba diferenciar o morango de uma framboesa, o limão da laranja. Qualquer um que queira se tornar um especialista na área, precisa primeiro ter uma sensibilidade muito grande com sabores", explica.
Inclusive, essa é a grande crítica que faz ao Brasil. Para o especialista, o brasileiro ainda prefere o chocolate ao leite, muitas vezes ultra processado e com muito açúcar: "Agora, com o boom do cacau no país, vocês vão começar a ser mais críticos e rigorosos com o chocolate que consomem. É uma questão de tempo para a qualidade do produto e o interesse da população aumentarem", conta.
Longe dos números, dentro da cozinha
O chocolatier lembra-se de mencionar a seu pai que queria construir grandes monumentos e ser arquiteto. A reação, no entanto, acabou sendo um empurrão para o mundo das panelas. "Ele disse que deveria pensar em outra coisa, pois nunca fui bom com números. Nisso, me convidou para conhecer um amigo dele, chef de restaurante", explica.
Foi então que começou como estagiário, mas tem péssimas lembranças do período: "Eu odiava cortar cebolas, limpar peixe. Aquele odor me incomodava muito, mas sempre que passava pela seção dos doces, era seduzido pelo cheiro de baunilha e acabava acompanhando o trabalho dos confeiteiros", conta.
Aos poucos, Chapon percebeu que conseguiria exercitar seu lado artístico fazendo sobremesas, principalmente na decoração: "Era perfeito, me encantei com a área e decidi que queria dedicar minha vida a isso", completa.
Empregado da rainha
Aos 18 anos, dois dias depois de receber o certificado de confeiteiro, seu chefe o chamou e disse que havia uma oportunidade de emprego na Inglaterra para fazer sorvetes: "Eu era um jovem que queria conhecer o mundo, então, não pensei duas vezes e aceitei o emprego", diz Chapon.
Mas Patrice só foi perceber que seu ofício era "real" dois dias depois: "Eu trabalhava e não sabia quem era nosso cliente, foi então que perguntei a um colega. Quando me disse que minha 'chefe' era a rainha, fiquei em estado de choque", relata o chocolatier.
Ele permaneceu por lá durante dois anos e se lembra de uma história curiosa: "Certo dia, uma senhora que fazia parte da família real chegou com um saquinho cheio de rosas (lembro-me que o cheiro era horrível). Ela queria que fizesse um sorvete com aquilo, e não pude negar. Eram flores com mais de cem anos que ficam nos jardins do Palácio", relata.
O que Patrice não esperava é que a criação daria certo: "No fim, ficou gostoso e foi um sucesso entre a realeza. Apesar de não ouvir isso da rainha, gosto de pensar nos elogios que fizeram entre si época", completa.
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