Cancelamentos e adiamentos de viagens geram impacto de R$ 3,9 bi no turismo
A Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) divulgou que o turismo sofreu impacto de aproximadamente R$ 3,9 bilhões, ou seja, 25% do faturamento de 2019, com a crise do coronavírus. A Braztoa é responsável por 90% das viagens de lazer comercializadas o Brasil.
Os dados colhidos do estudo refletem o mês de março, quando começou a quarentena, mostrando que as vendas foram duramente afetadas, o que demanda a implementação rápida de políticas públicas de apoio ao setor de turismo — um dos mais afetados pela crise.
De acordo com a pesquisa, os números mostram que 45% das empresas pesquisadas não realizaram nenhuma venda no setor no mês de março. Outras 45% afirmaram que as comercializações representam, no máximo, 10% do movimento registrado em março de 2019.
No período avaliado, apesar do bloqueio de vendas para alguns destinos internacionais, parte do serviço ainda se mantinha em funcionamento.
Os cancelamentos afetaram 98% das empresas. Para mais de um terço delas (36%), o maior grupo de operadoras, os cancelamentos chegaram entre 75 e 100%, representando números altíssimos.
Reembolso
Considerando o universo de viagens canceladas, pouco mais de um terço dos clientes já recebeu o reembolso à vista, mostrando que nem todas as operadoras puderam aguardar a publicação da MP948.
Entre os demais: 43% vão receber dentro do período de carência para reembolso, 11% optaram por carta de crédito e cerca de 10% dividem-se em recebimento de forma parcelada ou negociada. Vale ressaltar que 96% dessas operações tiveram acordos amigáveis entre clientes e operadoras, sem o envolvimento de órgãos como o Procon e Senacon, o que denota uma maior maturidade nas relações comerciais, "pautadas pelo bom senso de ambas as partes".
Adiamentos
Sobre o adiamento das viagens, três quartos das empresas estão com adiamento superior a 50%. O restante registra adiamentos inferiores a 50% das vendas comercializadas antes da pandemia.
Prejuízo e expectativas
Considerando os cancelamentos e adiamentos juntos, os impactos registrados até o o final de março foram: 90,4% dos embarques de março, 96,2% dos embarques de abril, 94,2% dos embarques de maio, 63,5% dos embarques de junho.
Apesar de não existirem dados concretos sobre a expansão da doença a partir do segundo semestre e, inclusive, previsões atuais mostrarem uma tendência de normalização a partir de agosto, os cancelamentos se estendem, atingindo 26,9% dos embarques previstos para o segundo semestre de 2020 e 3,8% embarques de 2021.
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