Exoesqueletos, 3D e ilusão de ótica: Iris Van Herpen cria o futuro da moda
Antes mesmo de que o coronavírus mudasse os olhares sobre a moda, a holandesa Iris Van Herpen já chamava a atenção pela inovação proposta com sua coleção de roupas. Ela foi pioneira em unir a tecnologia e as tradicionais técnicas de costura para criar uma nova era nesse universo, utilizando a impressão 3D em roupas de alta-costura.
As peças de Van Herpen sustentam a afirmação de que moda é, sobretudo, arte, vide a exposição programada para 2021 de suas obras no Museu Les Arts Décoratifs, em Paris, voltado para as artes decorativas e design. O que não é novidade para quem tem personalidades como Björk, Tilda Swinton e Lady Gaga como manequins para o que cria.
Em entrevista ao site Tatlter, a designer diz que aproximadamente 80% da fabricação de suas roupas são feitas à mão, enquanto o restante fica sob a responsabilidade das impressoras.
Para ela, a combinação dessas técnicas "expandem a capacidade do artesanato" por trás das roupas. Já para as passarelas, que procuram novos rumos para se reinventar, essas junções apresentam o futuro da moda que agora, mais do que nunca, exigem inovação.
As profundidades no oceano
Ao apresentar sua coleção de alta-costura na Semana de Moda de Paris, Iris Van Herpen destacou suas obras ao retratar sua visão da biologia no fundo do mar, incorporando exoesqueletos e estruturas que parecem se fundir ao corpo das modelos e criar uma ilusão de ótica sobre o que é real e o que é ilusão — ou fascínio.
Com uma tela preta como pano de fundo, onde fios torcidos de luz azul neon piscam e dançam como se fossem bioluminescência, Iris apresentou sua versão da mutabilidade da vida na natureza.
Tecidos mais leves, que parecem ter vida própria durante o desfile, transformam as modelos em águas-vivas, e o uso de proporções geométricas imaginam como seriam corais, caso fossem vestíveis. Ou ainda melhor: sugerem os outros organismos que ficam só nos planos das ideias (ou imaginação) nos 11 mil metros das profundezas nunca explorados pelo homem.
Hipnose na moda
"Em meu trabalho, busco por relações simbióticas, de olho nas belezas escondidas e na intersecção entre precisão e caos, arte e ciência, artificial e orgânico, que se fundem em infinitos híbridos", diz Iris Van Herpen.
Em sua última coleção, intitulada "Hipnose", a holandesa usou uma gama ainda maior de materiais, como metais, silicone, corte a laser e a impressora 3D para expandir suas ideias.
Sua inspiração — e também colaboração — nesse trabalho é com o artista Anthony Howe, escultor cinético americano que cria esculturas movidas pelo vento que se assemelham a pulsações.
O vestido Infinity, apresentado no final do desfile, fala por si só quando encontra o mecanismo cinético estruturado na passarela. Um esqueleto projetado de alumínio e aço inoxidável é bordado com uma delicada camada de penas em voo cíclico, girando em torno de seu próprio centro.
Veja o desfile completo e os bastidores da criação da coleção:
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