"Se já aceitamos até a papete, tudo vale no armário", diz Mariana Weickert
Mariana Weickert
Defina seu estilo em algumas palavras.
Geralmente, quando as pessoas perguntavam isso, a gente tinha uma resposta pronta. Mas acho que, mais e mais, a moda é uma forma de expressão. Então, é difícil você se bitolar em uma ideia só, em um estilo só. Acho que somos várias em vários momentos diferentes. Depende de como eu acordo, do tempo que tenho para me arrumar, da ocasião que vou... Creio que abraço estilos completamente diferentes. O mais legal da moda é poder brincar com isso e colocar para fora varias vertentes da sua personalidade, do seu mood e do seu astral do momento.
Você precisou adaptar seu estilo durante a gravidez? Como foi esse processo?
Olha, adaptar estilo com a gravidez não, mas adaptar a roupa no sentido de que estou na fase do que cabe. O que está cabendo, estou usando. [Risos] Fico um pouco reticente em comprar roupa grávida -- na verdade, fico preguiçosa mesmo. Acabei comprando um kit chamado Expecting Kit, é brasileiro inclusive, com cinco peças coringa para gravidez; duas calças, uma saia, uma blusa e um vestido. A partir daí, consigo montar produções mesclando com outras roupas. Hoje, minhas calças não passam do joelho, nem com extensor, não tem jeito. [Risos] Agora, de quarentena por conta da pandemia, ficou mais confortável me adaptar às peças.
O que não pode faltar no seu armário?
Os meus coringas são: camiseta branca (bem cortada, com algum detalhe ou bordado bacana); uma boa calça jeans (com modelo que me vista bem e seja confortável); e uma bela camisa clássica de botão, seja branca, azul ou listrada, para usar aberta, dando nó, como um casaquinho.
E o que não entra no seu armário de jeito nenhum?
Eu não sei, a gente já mordeu tanto a língua... Lembro daquela moda do jeans baixo dos anos 90, sabe? Que o zíper tinha dois dedos de comprimento. Eu era adepta e nunca me imaginava usando calça com cintura alta. Hoje, é exatamente o oposto. Eu mordo a língua direto: eu dizia que nunca ia usar as botas brancas, mas tem peças belíssimas que podem ficar um charme em determinados looks. Olha, se já aceitamos até a papete ou a pochete, amor, eu não falo nada, tudo vale no armário.
O que você acha brega?
De verdade, não acho que exista mais isso de brega. Antigamente, a moda era ditada por alguns estilistas e desfiles, algumas interpretações de críticos de moda e aí, sim, existia esse papo de o que era brega, o que era fashion, o que estava na moda. Hoje, tudo é tão deliciosamente livre. Existe aquilo que você gosta e aquilo que você não gosta, o que te cai bem e o que não cai bem. Acho que o feio é você querer forçar uma barra que não é a sua verdade, fazer um estilo que não te cabe.
Uma combinação perfeita?
De jeans e camiseta branca, com os acessórios e make certa, a mulher fica muito estilosa. E não tem nada mais simples do que esse duo.
Investe nos acessórios ou vamos de discreta?
Eu super acho que investir em acessórios é um jeito fácil e mais barato de montar um look. Às vezes, você tem a mesma base, as mesmas peças de roupas, e com acessórios diferentes muda totalmente a cara dessa produção. Acho que acessório é um ótimo investimento -- claro, né, o céu é o limite. Hoje, dou um valor diferente às minhas aquisições, compro muito pouco. Sou adepta do consumo consciente, reciclo muito as coisas que já tenho, tento usá-las de formas diferentes. É claro que compro, mas guardo muito bem para poder usar várias vezes e de maneiras novas.
Qual a peça de roupa mais antiga que você tem?
Tenho algumas camisas da minha avó que devem ser as peças mais antigas. Tenho casaquinhos lá dos anos 1990 para 2000, assim como calças jeans que eu amo de paixão. Camiseta eu faço coleção e já comprava de brechó, super antigas.
Um ícone da moda.
Uma amiga que mora no meu coração, a Carol Bittencourt. Eu acho que ela se veste super bem, sabe misturar as roupas, é estilosa e uma referência.
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