Ambulância vira motorhome dos sonhos nas mãos de casal brasileiro nos EUA
Aline Rezener e Hélio Augusto dirigiram mais de vinte horas da Flórida até Illinois, nos Estados Unidos, para buscar uma ambulância que compraram por US$ 4,5 mil em um leilão virtual. A ideia era transformá-la em um motorhome, que futuramente seria batizada como Fresh Princess.
Essa é uma breve síntese da história que envolve o casal de brasileiros, conhecidos pelo canal de turismo Malucas e Piradas, que teve início em julho de 2019 e chegou ao fim — pelo menos da primeira temporada — durante a quarentena, período que fez com que eles juntassem forças para deixar o veículo da forma como idealizaram.
"Tudo começou com alguns canais no YouTube que eu assistia, sobre pessoas viajando o mundo de kombi e um deles, em especial, tinha comprado uma ambulância no Brasil", conta Hélio ao Nossa. "Pensei que as ambulâncias aqui nos Estados Unidos eram bem maneiras e então comecei a pesquisar sobre esse mercado, envolvendo a conversão delas em motorhome, que eu descobri ser muito grande".
Por que uma ambulância?
O encanto ganhou força depois que eles conheceram uma jovem, de aproximadamente 20 anos e "hiponga", na Flórida, que reformou uma ambulância para viajar o mundo.
"Começamos a olhar todo o acabamento e ficamos ainda mais interessados no assunto", relembram. "Descobrimos que a ambulância é considerada um dos mais seguros. Por lei, ela precisa ser um veículo que se sustenta de cabeça para baixo sem amassar, além de ser feito com um resistente e já ter armários embutidos, o que facilitaria nosso trabalho".
Hélio rompeu então com o "plano das ideias", entrou em um leilão do eBay e assumiu a compra do carro. A notícia chegou até Aline por um telefonema: "Você tá louco? O que vai fazer com uma ambulância?", respondeu ela na época.
"Esse era o fantástico mundo de Hélio. Ele pensa, mas não fala", conta a brasileira, logo interrompida pelo marido com tom de justificativa. "A gente já conversava sobre o assunto, estávamos namorando a ideia".
No dia seguinte, Aline estava em uma das lojas do Walmart realizando a transferência inicial de US$ 1 mil — desaconselhada pela atendente do caixa, que a alertou sobre um possível golpe, do qual felizmente eles não foram vítimas.
Pé na estrada
Poucos depois, os dois alugaram um carro e viajaram até o veículo acompanhados de um amigo. Lá ela. Mas agora tinha que fazer todo o caminho de volta até a Flórida.
Após deixar o carro alugado no aeroporto, a viagem começou e terminaria bem, até um imprevisto duas horas antes de chegar ao destino.
"Ela deu um probleminha e quebrou, duas horas antes de chegar", relembram. "Precisamos chamar um guincho que levou a ambulâncias até Orlando, mas no final deu tudo certo".
Mãos à obra
Com o veículo de 1992 em casa, a meta agora era transformá-la no que sonharam. Pesquisas sobre reformas, ajudas básicas de amigos engenheiros e o simples poder intuitivo os guiaram.
"A quarentena começou a progredir aqui, passaram-se mais de dois meses, e então começamos a mexer nela mais vezes ao longo da semana. Tudo o que a gente fez foi no feeling. Não tínhamos projeto, não desenhamos nada, não teve nenhum profissional junto na área".
"A gente fez tudo sozinho, e pensamos nos mínimos detalhes, piso, armário, pintura, sofá-cama. A gente criou um banheiro que não existia", acrescentam.
Para tirar o piso antigo do veículo, até os pés de Hélio ficaram grudados no chão. "A gente conseguiu comprar três dobradiças diferentes para a porta, uma quadrada, uma redonda e outra abaulada, mas está valendo", brinca Aline.
Então nasceu a Fresh Princess, que, segundo o casal, após o fim da quarentena irá acompanhá-los em uma viagem dentro dos Estados Unidos.
"A gente sempre teve essa coisa de não criar raiz. Agora, com o blog e uma agência de turismo que abrimos em novembro, cada vez mais a gente quer colocar o pé na estrada, explorar", conta.
"Nós não somos muito de pensar dentro da caixinha, sempre buscamos ser diferentes. Uma ambulância custa entre US$ 10 mil, compramos uma por US$ 4,5. Ou seja, com informação, é possível viajar com pouco dinheiro e economizar", conclui.
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