Gim não é tudo igual; descubra como aproveitar melhor o ingrediente
Pela quantidade de rótulos à venda nas prateleiras, reais ou virtuais, dá para perceber que gim não é tudo igual.
Enquanto a presença de zimbro é obrigatória no destilado (está até na legislação), cada marca aposta em sua mistura própria de botânicos - um nome fofo para temperos, flores e raízes que vão conferir outros sabores. E eles ainda podem ser divididos em outras categorias, de acordo com seu processo de produção e resultado final.
Entender as diferenças do que vai dentro de cada garrafa é crucial na hora de preparar um coquetel, seja um simples Dry Martini ou uma mistura mais elaborada, afirma Jairo Gama, responsável pelos drinques do bar e restaurante Vista, que fica no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. "Com mais informações, sei quais ingredientes combinam melhor", explica o barman.
A seguir, uma explicação rápida entre os gins mais consumidos no Brasil e outros que não são tão populares por aqui. Como diria um saudoso apresentador, vem comigo!
London Dry
É o mais produzido no mundo todo. Quando você pensa em algum coquetel, é esse o gim usado no preparo, muito provavelmente. O nome sugere a origem da bebida (a cidade de Londres, por suposto). Já o termo "dry" não ajuda tanto - ele é usado não só porque a bebida tem pouco açúcar e perfil "seco", mas também indica um gim feito com botânicos frescos e sem sabores artificiais. O mais importante deles é o zimbro.
Como adiantamos no começo desta reportagem, eles não são 100% iguais. "Há rótulos que usam frutas frescas, como limão, laranja e grapefruit. No caso dos destilados nacionais, há ingredientes brasileiros", diz Gama. A dica é ler o rótulo (ou buscar informações na internet) para saber quais os principais ingredientes. "Se eu sei que uma marca usa caju na produção, por exemplo, posso usar uma fatia da fruta fresca para ressaltar o sabor de um Gim-Tônica ou outro drinque", ensina o barman.
Pink Gin
Basicamente é um London Dry com menos álcool - a maioria tem entre 37% e 38% de álcool - e adição de frutas vermelhas (morango, groselha, etc) para conferir a cor rosa. Por mais clichê e machista que seja a associação do "rosé" com o público feminino, foi justamente essa a intenção dos grandes nomes da indústria de bebidas alcoólicas, que criaram as bebidas faz apenas alguns anos.
"Ele pode ser usado para fazer drinques mais leves e combina com as frutas usadas em sua composição", acrescenta o bartender do Vista.
Plymouth
Uma curiosidade é que hoje existe apenas uma destilaria, a Plymouth (claro), produzindo esse estilo que nasceu no fim do século 18. Outra explicação para sua fama é que o gim foi mencionado algumas vezes no The Savoy Cocktail Book, que traz vários clássicos do bar do hotel Savoy de Londres. Em termos de sabor, é um gim com sabor mais cítrico e também de cardamomo. "Acho um tipo de gim mais versátil para usar em coquetéis", afirma Gama.
Genever
Pode ser considerado o avô dos gins modernos. Nasceu no século 17, na Holanda, e é feito com um destilado chamado de maltwijn (vinho de malte) - para receber o nome de Genever, o destilado precisa ter de 15% a 25% de maltwijn. Também é acrescido de zimbro. No Brasil, é possível comprar poucos rótulos, entre eles o Boompjes, que é envelhecido por três anos em barris de carvalho (algo impensável com o estilo London Dry).
Old Tom
Sua origem tem uma história falsa, mas engraçada: reza a lenda que, no século 19, um gato velho (Old Tom, em inglês) caiu em um barril de gim, por isso o nome. Levava vários botânicos doces, como aniz e alcaçuz, para disfarçar a baixa qualidade do álcool. Hoje ainda se caracteriza por ser um destilado mais doce, mas a qualidade é bem melhor. Difícil de achar no Brasil.
Novidade brasileira
Nem só de tradição vive o destilado. E esse é o caso do recém-lançado gim moderno Néroli, da marca nacional Draco, que aposta em aromas cítricos e florais, como Néroli (podocarpo da laranja espanhola) combinados ao gengibre e capim limão (a garrafa de 750 ml custa R$ 102 no site da empresa).
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