Animal Crossing: febre entre gamers na quarentena vira lar de fashionistas
O "Animal Crossing: New Horizons" se consolidou como um dos maiores sucessos no universo dos gamers na quarentena — chegando à marca de mais vendido da Nintendo. Mas não é só no mundo dos jogos eletrônicos que ele virou febre.
Com a possível customização da casa e dos personagens, o game também conquistou fashionistas, que montam verdadeiras passarelas virtuais para montarem o guarda-roupa dos sonhos.
Do real para o virtual
Com isso, surgem avatares cheios de estilo, que usam peças digitais de grifes como Gucci, Valentino, Chanel, entre outros.
E nada passou despercebido pelas marcas.
A designer nova-iorquina Sandy Liamg, em parceria com Paige Rubin, por exemplo, recriou suas roupas exclusivamente para o "Animal Crossing". Em sua ilha, onde outros usuários podem visitá-la para comprar as peças, um evento para a venda dos looks foi criado e foi um sucesso: formaram-se filas para conferir as novidades e não levou muito tempo para que elas se esgotassem.
"Esse movimento acompanha o forte crescimento do que chamamos de 'digital fashion', em que as roupas estão sendo produzidas exclusivamente para ambiente online", comenta o professor Paulo Ribeiro, que leciona sobre imagem gráfica e digital, ao Nossa.
"As marcas têm apostado na liberdade que o design gráfico fornece para inovar e preencher uma lacuna que ainda não era estimulada, mas atrai muitas pessoas", analisa
Semana de moda virtual
O sucesso é tamanho que até mesmo as Semanas de Moda, canceladas ou adiadas no "mundo real" da pandemia do coronavírus, migraram para dentro do jogo.
Em parceria com o estilista alemão Marc Goehring, a artista Kara Chung, que administra a página Animal Crossing Fashion Archive, criou um desfile feito todo dentro da plataforma.
O resultado contou foi uma apresentação de três minutos que contou ainda com a participação de Michel Gaubert, que já compôs a trilha sonora para desfiles de marcas como a Chanel e a Louis Vuitton.
Um novo mercado
Do lado do público, o resultado tem sido bastante positivo. No Instagram, as páginas que se dedicam a compartilhar looks criados, inspirados nas grifes e marcas renomadas, acumulam milhares de seguidores, entre jogadores de "Animal Crossing" e amantes de moda.
Perfis como @NookStreetMarket, @CrossingTheRunway e @AnimalCrossingFashionArchive já chamaram a atenção até mesmo da Valentino e Marc Jacobs, que agora apostam nesse mercado da moda digital com parcerias para a divulgação.
A grife italiana, por exemplo, lançou 20 peças sua coleção outono-inverno de 2020, tanto masculina como feminina, na plataforma e deu acesso gratuito temporário aos usuários para que as vestissem.
Moda para todos
A medida, como afirmou a grife em comunicado oficial, inclina-se a "democratização da moda", dando maior acessibilidade às suas peças, mesmo que virtualmente.
Com a liberdade de criar os personagens — até mesmo animais humanizados — e mais de 13 milhões de jogadores em todo o mundo, esse é um dos principais pontos abordados sobre a moda dentro do Animal Crossing.
Dessa forma, todos têm acesso ao que a moda, inicialmente, propõe apenas ao público que pode desembolsar um alto valor financeiro para adquirir as peças.
"Inevitavelmente, a moda vai passar por mudanças nos próximos anos, assim como o seu consumo", acrescenta o professor de moda digital.
"Para isso, é preciso ampliar quem são os seus consumidores e como eles terão acesso ao que é produzido", conclui.
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