Drinques com vinho: friozinho favorece este casamento na coquetelaria
Coquetéis e vinhos parecem pertencer a mundos distintos. Enquanto os apreciadores de coquetéis, em tese, estão mais preocupados com as infinitas combinações de destilados, os aficionados por vinhos dão mais importância às uvas, ao terroir e aos processos de fermentação e produção.
Agora que o inverno está chegando e o vinho começa a aparecer com mais frequências nas mesas, porém, pode ser uma boa oportunidade de unir esses dois mundos — que nunca estiveram realmente separados, se lembrarmos das dezenas de drinques clássicos feitos com vinhos tintos, brancos, espumantes e fortificados.
Mais clássico, impossível
O New York Sour, por exemplo, leva bourbon, suco de limão-siciliano, açúcar, Angostura e um pouco de vinho tinto, que é colocado por cima, criando um bonito efeito visual: o fermentado fica por cima do destilado, com as cores dourada e vermelha no mesmo copo.
O Kir Royal, que inclusive faz parte da lista de coquetéis oficiais da IBA (Associação Internacional de Bartenders), leva vinho branco e creme de cassis. Os espumantes são a base da Mimosa, presença obrigatória nos brunches norte-americanos, e do Bellini (prosecco com purê de peras). Sem falar no vermute, que é um vinho com adição de álcool e os famosos botânicos, usados para conferir outros sabores, como uma dose de amargor.
"O vinho nem sempre é tratado como um ingrediente nobre na coquetelaria", acredita Gianluca Zucco, sommelier e proprietário do Gino Wine Bar, em Pinheiros (São Paulo). "É muito comum encontrar drinques feitos com vinhos como Porto, Madeira e Jerez. Nada contra esses vinhos, que são muito bons, mas é possível explorar outras possibilidades", afirma.
Por que e como misturar vinho no drinque
Ele cita como exemplo dois coquetéis preparados durante um evento especial no Gino Wine Bar, pouco antes da decretação da quarentena adotada para conter a pandemia de coronavírus. "Para um deles escolhemos um vinho laranja que foi misturado com vermute, uísque de centeio e xarope de pimenta. No outro, combinamos espumante com amaro e uma cachaça com raízes. Em ambos os casos, o vinho foi o protagonista dos coquetéis", conta Zucco.
Outra vantagem de apostar nos bons drinques com vinho é que eles podem ser até mais baratos que os feitos apenas com destilados. "Não precisa usar um vinho excepcional para um coquetel. Afinal, um vinho muito bom não precisa ser misturado. É possível usar vinhos nacionais, argentinos ou chilenos entre R$ 60 e R$ 70, valor muitas vezes abaixo de bons destilados", acrescenta o sommelier.
Dica de ouro
Ao contrário dos destilados, no entanto, os vinhos estragam mais rápido - às vezes em apenas um dia. Para evitar que isso aconteça, a dica de Zucco é bem manjada entre os enófilos, mas vale ressaltar: usar um Vacu Vin, equipamento que retira o ar do vinho e preserva o líquido por mais tempo.
"Depois, o ideal é guardar a garrafa em um local fresco, seco e longe da luz sol. A geladeira não é ideal pois tem várias vibrações que podem alterar a qualidade do vinho", diz. Um Vacu Vin custa cerca de R$ 70 em lojas online.
"Mas se não der tempo de comprar um antes de fazer o seu drinque, pode beber o vinho sem problemas", brinca o proprietário do Gino Wine Bar - que pode ser uma boa fonte nesta quarentena.
O bar está fazendo um serviço de seleção rotativa de vinhos, a maioria com preços de até dois dígitos, chamado de Gino a Casa. O cliente manda uma mensagem para saber quais vinhos estão disponíveis na semana e a entrega é no mesmo dia para os pedidos recebidos até as 16h. Quem quiser saber mais, pode mandar mensagem no WhatsApp (11) 98196-9016.
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