Velas feitas à mão assumem visual poético com cor e concreto
Carla Fortunato Simoniello
O fazer manual sempre esteve nos planos de Carla Fortunato Simoniello, de 30 anos. Mas há algumas semanas ela ainda era funcionária no departamento de e-commerce de uma grande rede. Saía de casa cedo e voltava tarde todos os dias.
Sobravam a noite e os fins de semana para descansar. Em vez disso, passou a se dedicar ao ateliê Comcon (@atelie.comcon), projeto pessoal que surgiu quando o filho Raul nasceu, um ano e meio atrás.
"Sempre amei artesanato e queria ter um trabalho só meu. Um dia comecei a pesquisar sobre concreto, mas percebi que queria misturar técnicas. Me interessei por velas e não encontrei nada parecido com o que queria criar. Passei a fazer testes, criava e postava. As pessoas gostaram", conta. Logo, não tinha mais tempo livre.
Com a quarentena, a procura por velas explodiu. A decisão veio há três semanas: Carla pediu demissão para se dedicar exclusivamente ao ateliê.
"Recentemente, as pessoas começaram a comprar mais online e a desejar objetos que deem acolhimento à casa. Meu trabalho ganhou corpo", conta.
As vendas dobraram. Agora exigem corpo e alma da empreendedora, que atua em todas as frentes. Tudo é feito à mão. O Comcon — que significa com concreto — precisou de mais espaço, já que a produção do mês gira em torno de 400 peças. A solução foi alugar um galpão. "Antes fazia tudo no meu apartamento. Imagina só, o bebê comia cera", ri.
Cada coleção é lançada pelo Instagram com 12 ou 20 kits de duas velas cada. O concreto ganha cores e até pinceladas com folha de prata, de cobre ou de ouro. Uma das linhas, a Noronha, nasceu da mistura de concreto, vela e resina e se esgotou em apenas 40 minutos. Um sucesso. "Estou encantada. Todos os dias alguém me escreve pedindo que essa coleção volte", diz ela.
O significado da arte para Carla
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