Dia dos Namorados: afinal, comida afrodisíaca é verdade ou mito?
Todos os anos, nas primeiras semanas de junho, os alimentos considerados afrodisíacos entram na pauta - e receitas com ingredientes com pimentas, ostras ou chocolate aparecem entre as mais procuradas na internet. Mas o que é verdade e o que é mito nesse assunto? Um alimento tem mesmo poder de despertar a libido?
Segundo o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), não há estudos consistentes, publicados em revistas respeitadas no meio científico, que comprovem o efeito direto dos alimentos no desempenho sexual. O que não quer dizer que tudo seja balela.
"Alguns alimentos contêm substâncias que produzem sensação de bem-estar e, por isso, podem indiretamente provocar ações desse tipo no nosso organismo", explica.
Tais alimentos, diz o especialista, potencializam a energia, aceleram a circulação e melhoram o fluxo sanguíneo, inclusive nos órgãos genitais, influenciam o humor e provocam sensação de prazer - ou seja, tudo o que a gente precisa para que a noite a dois seja um sucesso.
O chocolate, por exemplo, aumenta a produção de serotonina, o hormônio do bem-estar, que gera uma bem-vinda sensação de relaxamento.
"O chocolate ainda contém teobromina, que deixa a pessoa mais ativa e animada, e feniletilamina, neutrotransmissor considerado o hormônio da paixão, que aguça a atração", enumera Ribas Filho.
A pimenta e o gengibre aceleram os batimentos cardíacos, aquecem o corpo e aumentam o fluxo sanguíneo, o que indiretamente estimula o desejo. Já a ostra, diz o nutrólogo, entra na cesta dos afrodisíacos por duas razões: além de ser rica em zinco, nutriente que aumenta a produção de testosterona nos homens e progesterona nas mulheres, tem formato sugestivo e textura provocante. "A apresentação e a forma de comê-la já imputem desejo e sensualidade."
Nada de milagre
Sozinhos, porém, tais alimentos não têm superpoderes. Quem explica é a nutricionista francesa Sophie Deram, doutora em endocrinologia pela Universidade de São Paulo e especialista em transtornos alimentares e neurociência do comportamento.
Segundo ela, nosso organismo não recebe informações de forma segregada e o efeito dos afrodisíacos depende de uma conjunção de fatores psicológicos, emocionais e ambientais.
"Não nos alimentamos só de nutrientes, mas de sentimentos. A libido tem a ver com a saúde, com o clima do lugar e com o carinho", afirma.
Autora do livro "O peso das dietas" (Editora Sextante), Sophie adverte, por exemplo, que dietas altamente restritivas são capazes de neutralizar qualquer efeito afrodisíaco. "Não adianta fazer uma dieta radical e comer pimenta, confiando que ela vai aumentar a libido. A privação de vários alimentos causa irritabilidade e deixa o organismo desequilibrado."
Para que os afrodisíacos façam efeito de verdade, ela aconselha investir em um pacote de atitudes. "Sugiro arrumar uma mesa bonita e prestar atenção no outro. O que funciona mesmo não é o chocolate, o gengibre ou a pimenta, mas toda a sensualidade do ato.
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