Casal de idosos viajantes interrompe jornada pelo mundo pela pandemia
Em março de 2020, o casal de norte-americanos Debbie e Michael Campbell (com 64 e 74 anos, respectivamente) se encontrava no meio de uma viagem global que começou em julho de 2013 e passou por mais de 80 países - incluindo o Brasil. A aventura, entretanto, foi interrompida pela pandemia de coronavírus.
Há mais de três meses, ambos se encontram em um Airbnb na cidade histórica de San Miguel de Allende, no interior do México. "Nos últimos sete anos, nunca passamos tanto tempo no mesmo lugar", diz Debbie. "Daqui do México, iríamos para Costa Rica e Colômbia, mas tudo teve que ser cancelado".
Michael relata que, no começo da pandemia, pensou em retornar para sua terra natal. "O embaixador americano no México nos aconselhou a voltar. Mas não temos mais casa nos Estados Unidos", conta ele, que, ao lado da mulher, vendeu todos seus bens como casa, carros e até um barco para realizar a jornada.
"E, naquela época, o coronavírus estava chegando à nossa cidade de origem [Seattle]. Por isso, percebemos que ficaríamos em melhores condições em San Miguel de Allende, onde estamos muito bem instalados e na qual o custo de vida é baixo".
Piquenique e trabalho voluntário
"Ilhados" pelo menos até o fim de junho, quando retornam aos EUA, Debbie e Michael criaram alguns hábitos para passar o tempo. "San Miguel de Allende é uma linda cidade histórica, mas, aqui, está quase tudo fechado e vazio", conta Michael. "Como opção de diversão, temos feito muitos piqueniques nos parques, sempre respeitando o distanciamento social".
Debbie, por sua vez, realizou trabalho voluntário em um abrigo de gatos abandonados da cidade. "Já que ficaríamos aqui, resolvi colaborar com a Sociedade Protetora dos Animais", relata.
"Nossa família confia em nós e sabe que estamos nos cuidando", diz Michael, falando que, sempre que sai à rua, evita contato próximo com outras pessoas.
A viagem não pode parar
Ambos admitem que ficaram frustrados com a interrupção de sua viagem pela pandemia. "Queria muito conhecer a Colômbia", afirma Debbie. "Estou um pouco triste com tudo isso".
O casal, entretanto, faz questão de dizer que sempre busca encarar situações difíceis com otimismo. "Somos abençoados por ter podido visitar tantos lugares nos últimos anos", avalia Michael.
Isso, porém, não significa que a jornada acabou — e continua na terra-natal do casal. Os dois irão para uma região remota do Estado de Montana, onde há baixos índices de contágio pelo coronavírus e destinos de ecoturismo.
"Os Estados Unidos nunca estiveram em nossa lista de prioridades, mas [com a dificuldade de realizar longas viagens internacionais pelo mundo] chegou a hora de descobrirmos o nosso próprio país", avalia Michael.
Expectativa diante do "novo normal"
Para voar até sua terra natal, eles evitarão passar por grandes aeroportos, como o da Cidade do México, onde o risco de contaminação pode ser maior. "Faremos várias conexões em aeroportos menores. Mesmo assim, algumas pessoas acham que estamos nos arriscando", diz Michael.
Debbie afirma que, logo após sua chegada a Montana, os dois realizarão quarentena em um imóvel que pretendem alugar por lá. Depois, o objetivo é explorar as belas paisagens naturais da região.
Quando passar tudo isso
Sem ainda saber como será o mundo após a pandemia, o casal não abre mão de pensar em jornadas internacionais para o futuro.
Entre suas principais metas estão a aventura ferroviária Transiberiana (que cruza boa parte do território russo) e países da Ásia Central como Turcomenistão e Uzbequistão.
Michael conclui com um recado para quem está morrendo de saudade de fazer as malas:
"Usem este tempo [da quarentena] para pesquisar sobre destinos ao redor do mundo, aprender um novo idioma e, se possível, juntar dinheiro", aconselha Michael.
"O mais importante é não abandonar o sonho de viajar".
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