Sem strip ou balada, Las Vegas ainda não voltou a ser a "Cidade do Pecado"
Nas últimas semanas, diversas atrações de Las Vegas voltaram a abrir as portas para o turismo. São hotéis, cassinos e restaurantes que estão retomando seu funcionamento depois de meses fechados pela pandemia de coronavírus.
Porém, após este longo período de hibernação, a metrópole do Estado de Nevada ainda está longe de ser a velha e famosa "Cidade do Pecado". Uma série de procedimentos sanitários, necessários para evitar a disseminação da covid-19, descaracterizam (e muito) sua face boêmia.
Strip-tease mascarado? Nem isso
Para os turistas que procuram diversões mais adultas, a realidade está bem distante do que se via antes da pandemia. Apesar da abertura gradual de Vegas para o turismo, os clubes de strip-tease ainda se encontram fechados.
Em março, surgiu a notícia de que uma casa noturna da cidade, chamada Little Darlings, iria oferecer shows com drive-thru de onde os clientes assistiriam às danças sensuais dos seus carros. Para entreter o público, o estabelecimento também pretendia realizar lutas de mulheres nuas no álcool em gel.
Porém, o funcionamento do local durante a pandemia não foi permitido pelo governo do Estado de Nevada.
Nada de festas na piscina
Neste mês de junho, com a chegada do verão nos Estados Unidos, Las Vegas começaria a ser tomada pela alta temporada das frenéticas "pool parties" - festas tradicionalmente realizadas nas piscinas de grandes complexos hoteleiros da cidade (como o The Cosmopolitan e o Luxor) que juntam centenas de turistas baladeiros em busca de bebedeira, clima de paquera e muita música. Este tipo de evento, porém, ainda está proibido por lá.
Isso porque a cidade se encontra em uma fase de seu processo de reabertura que não permite, por enquanto, grandes aglomerações de pessoas. Apesar disso, alguns hotéis estão abrindo suas piscinas para os hóspedes com controle do número de usuários na água ou ao redor dela.
Cassinos reconfigurados
Diversos cassinos retornaram à atividade, como os que existem nos complexos Golden Nugget e The Cosmopolitan, mas realidade dentro destes locais mudou bastante.
Em muitas mesas de jogos, há a presença de barreiras de acrílico para separar as pessoas e ajudar a evitar a disseminação do coronavírus entre o público.
O número de jogadores permitido em cada mesa também foi reduzido, de acordo com determinação do Nevada Gaming Control Board, que regula a jogatina na cidade.
E há a recomendação para que seja mantida uma distância mínima de cerca de 1,8 metro entre as pessoas. Ou seja: aqueles tradicionais grupos de curiosos que se juntam perto das mesas de jogos (para torcer para determinado apostador) terão mais dificuldade para se aglomerar neste momento.
Além disso, a configuração de muitos cassinos sofreu alterações, com máquinas de caça-níqueis mais espaçadas para manter o distanciamento entre os frequentadores.
E, junto com garçonetes e crupiês de máscara, abundam nestes locais estações de álcool em gel e outros tipos de higienizadores - fundamentais para lugares onde cartas e dados passam constantemente de mão em mão.
Bufê afetado
Outra marca registrada da cidade, os gigantescos bufês servidos em complexos hoteleiros da cidade também foram fortemente impactados pela pandemia.
Via de regra, este tipo de serviço oferecia, sobre enormes mesas, uma quantidade absurda de comida para os turistas, que podia ser pega à vontade mediante o pagamento de um preço único. Esta dinâmica de alimentação, porém, está proibida no momento.
Muitos dos famosos restaurantes à la carte, entretanto, voltaram a funcionar (mas com capacidade máxima de clientes reduzida e maior distanciamento entre as mesas).
Entre os estabelecimentos recém-reabertos estão o Hell's Kitchen (do chef Gordon Ramsay), o Vic & Anthony's Steakhouse, o Blue Ribbon e o Old Homestead Steakhouse.
Muitos bares da cidade também retomaram as atividades, mas com mudanças significativas na paisagem: em bares do complexo hoteleiro The Venetian, por exemplo, os bartenders estão trabalhando atrás de proteções de acrílico.
Máscaras por todos os lados
Passados meses desde a eclosão da pandemia, o mundo inteiro já está acostumado com paisagens repletas de pessoas usando máscaras.
Em Las Vegas, no entanto, este tipo de imagem ganha níveis ainda mais chamativos.
Para começar, o aeroporto que serve a cidade (o McCarran International Airport) foi equipado com máquinas que vendem equipamentos de proteção individual, como máscaras e produtos higienizadores de mãos.
O complexo hoteleiro Caesars Palace, por sua vez, colocou uma chamativa máscara dourada na face de uma enorme estátua que decora a sua entrada.
E com rostos cobertos também estão os homens que conduzem as gôndolas pelo canal do resort The Venetian e as mulheres vestidas com roupas sensuais que eventualmente animam algum local turístico da cidade.
Nas redes sociais, entretanto, há imagens que mostram muitos dos visitantes circulando pela cidade sem máscaras - e tampouco respeitando o distanciamento de cerca de dois metros recomendado pelas autoridades locais.
Rigor sanitário
Procedimentos para a prevenção do contágio estão presentes em todos os lugares e momentos turísticos de Vegas. No momento do check-in, por exemplo, estabelecimentos hoteleiros como o Bellagio estão entregando kits com desinfetante para as mãos e máscaras para os clientes.
A mesma postura tem sido adotada por alguns museus, como o Mob Museum, que aborda a história do crime organizado na cidade, que começou a entregar recipientes contendo higienizador para as mãos para cada um de seus visitantes.
Já o Neon Museum, que exibe diversos letreiros luminosos (típicos da paisagem de Vegas), está medindo a temperatura do público no momento do ingresso em suas dependências.
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