Zeca Camargo traz sua paixão por gastronomia para o UOL e cozinha ao vivo
Estreia, neste domingo, ao meio-dia, o programa #BrasilCozinhaComigo, em Nossa. Toda semana o apresentador Zeca Camargo receberá um convidado de uma região diferente do país, para trocar receitas e histórias. A primeira sessão gastronômica à distância terá com uma convidada do Pará, já neste fim de semana.
Zeca Camargo sempre gostou de companhia na cozinha. Para ele, ter amigos e família por perto enquanto prepara um bom prato é momento dos mais relaxantes. Quando veio a pandemia, o isolamento social exigiu uma pausa nos almoços e jantares semanais que costumava oferecer às pessoas queridas.
Mas como Zeca está sempre criando, suas refeições ganharam novo formato e agora têm convidados diferentes - na verdade, gente que ele mal conhece. E tudo acontece no ambiente virtual.
Foi nas transmissões ao vivo (lives) do Instagram que o apresentador encontrou uma maneira de retomar seu hábito prazeroso. Dentro do "Diário de Isolamento", uma série de vídeos que tem feito diariamente em seu perfil pessoal @zecacamargomundo, ele abriu espaço para cozinhar ao lado de convidados do Brasil inteiro.
Agora, Zeca troca de plataforma e vai cozinhar aqui no UOL, em Nossa, todos os domingos, ao meio-dia.
Nasce o #brasilcozinhacomigo
O formato da live que Zeca Camargo vai comandar no UOL segue a mesma lógica e propósito da que ele começou a fazer de maneira "caseira", como forma de se entreter durante o isolamento.
Por uma hora, semanalmente, o comunicador e amante da cozinha pretende mostrar como é fácil preparar um prato bonito e saboroso, explorando a diversidade da cozinha brasileira.
Também quer contar histórias de pessoas interessantes que topem o desafio de dividir a tela com ele. A proposta é promover uma viagem pela gastronomia nacional, sem sair de casa.
"A ideia veio do isolamento, quando eu ainda estava no Rio de Janeiro. Comecei a publicar fotos dos pratos que eu fazia e as pessoas pediam a receita. Como havia começado o 'Diário de Isolamento', pensei em juntar as duas coisas: chamar as pessoas para fazerem comigo, já que querem a receita, e eu também aprenderia um pouco com elas", conta ele, agora instalado em São Paulo.
Para identificar potenciais parceiros de fogão, Zeca Camargo lançou a hashtag #brasilcozinhacomigo. Quem estiver disposto a encarar a cozinha virtual, com cada um preparando o mesmo prato nas próprias casas, só precisa postar uma receita e usar a marcação.
Por meio das lives, Zeca deseja mostrar a grande miscelânea que envolve a mesa brasileira. "A comida revela uma variedade incrível que existe no Brasil. É tão grande que parece que a gente está visitando vários países e várias culturas diferentes", opina. Nessa, ele já trouxe à cena Minas Gerais, Sergipe, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão.
"Neste domingo, a gente vai para o Pará", adianta, fazendo suspense sobre quem é a convidada e o prato que vão preparar juntos. Zeca costuma revelar aos sábados, nos stories do seu Instagram, quem é o parceiro e os ingredientes necessários para a comida que será preparada ao vivo, no dia seguinte.
A ideia da hashtag é falar: 'olha, vamos sair da mesmice', porque cada hora vai ter algo diferente para cozinhar. Quero mostrar que não é preciso nem sair do próprio país para encontrar tanta coisa diferente", pontua.
Pessoas por trás das receitas
O lado jornalista é tão presente quanto o do cozinheiro. "Gosto de conhecer as pessoas, que contam um pouco da vida delas. Domingo passado, cozinhei um camarão com o Antonio Neto, de Natal, e ele é operador de turismo. A gente aproveitou para falar sobre como está a crise no setor, se ele está animado, então sempre procuro fazer algo que vai além do próprio prato", cita.
As primeiras cozinhas em dupla virtual trouxeram para "perto" de Zeca gente bastante interessante, além de experiências diferentes. Ele não imaginava, por exemplo, que preparar um prato da gastronomia molecular está longe de ser coisa de outro mundo - dias atrás, fez um ravioli junto do chef Fabio Mattos, de Curitiba, Paraná.
Também não considerava que o escondidinho, prato que nunca havia feito, é tão prático de preparar, o que ele aprendeu com a Jane Silva - uma "figuraça", nas palavras de Zeca -, diretamente de Aracaju.
Com a chance de agora atingir um público maior através do UOL, Zeca, que já conta com 390 mil seguidores no Instagram, espera que mais gente passe a compartilhar o prazer de cozinhar e fazer conexões através da hashtag #brasilcozinhacomigo.
Tenho certeza que o alcance do UOL vai me permitir ter histórias de brasileiros não só no Brasil, mas também pelo mundo. Quero resgatar essa informalidade que o brasileiro tem com a cozinha", fala.
Cozinha de vó e Jamie Oliver
Zeca Camargo é mineiro de Uberaba, ou seja, a comida está fortemente ligada às suas raízes. Da cozinha da avó, lembra-se que havia até fogão a lenha. "Vivia por ali, mas com o conforto de ter mulheres maravilhosas cozinhando para mim - minha avó, minha bisavó, minha mãe. Só fui cozinhar mesmo quando saí de casa e fui morar sozinho, lá pelos 21, 22 anos", calcula.
Não restou outra alternativa a não ser aprender o que naquela época se limitava ao basicão. Como Zeca admite, "cozinhava para sobreviver". Até que o chef inglês Jamie Oliver surgiu em sua vida. "Lá nos anos 90, eu olhava o programa dele, o 'The Naked Chef', e não acreditava. Parecia tudo tão fácil e decidi que iria aprender direito", conta.
Os amigos da época não escaparam dos muitos test-drives.
Até hoje devem ter trauma dos frangos crus que comeram, dos risotos empapados", ri.
Ele diz que está longe de ser um chef, mas se considera bastante criativo na cozinha, além de ter uma preocupação enorme com a apresentação do prato.
"Sou amigo de um monte de chefs e aprendi com eles que comida muito bonita nem precisa ser incrível; já ganha a pessoa com o visual. Até o apetite aumenta", assegura. Não à toa, seus pratos do dia a dia sempre fazem sucesso no Instagram.
Experimentar tudo, sim; repetir, nem sempre
Em suas andanças pelos 114 países que já visitou, Zeca Camargo provou de tudo. Do ovo de pato fecundado (balut) nas Filipinas ao tubarão podre na Islândia, ele não se intimida diante da excentricidade de alguns pratos.
Minha curiosidade é grande e não tenho nojo de nada. Eu como tudo, mas isso não significa que eu repita", observa.
A mesma abertura que se dispõe a ter para experimentar pratos diferentes e exóticos se mostra no cotidiano na cozinha. "Como tudo, cozinho de tudo e gosto muito de experimentar. Só duas coisas que não faço: sushi e churrasco. Sou péssimo!", admite Zeca, que prefere deixar tais iguarias para quem leva mais jeito, como o irmão Eduardo, churrasqueiro oficial da família.
Amante de livros de receita - e autor de um título sobre o assunto, o "Índia: sabores e sensações", escrito em parceria com o amigo Varunesh Tuli -, Zeca é do tipo que tem um monte de exemplares em casa. "Dou uma olhada, me inspiro e invento alguma coisa", argumenta.
Para o jornalista-cozinheiro, algo muito importante é a praticidade do prato, o que ele pretende explorar bastante nas lives que passa a comandar no UOL. "Não curto ficar horas na cozinha. Tem que resolver um prato, no máximo, em 40 minutos. Claro que alguns pedem preparo prévio, mas ficar horas ali, cozinhando, não dá", alega.
Obviamente, isso não significa que a refeição não seja gostosa. "Isso serve até para quebrar um pouco o tabu de que precisa fazer uma comida muito elaborada para ser especial", defende.
Exemplo é o peixe que fez com Thiago Brígido, de São Paulo, há alguns dias. "Estava tudo separadinho, cortadinho, mas começamos do zero, ficou pronto em menos de 10 minutos e estava uma delícia! Então a ideia é que seja prático, rápido e gostoso e que tenha uma cara do Brasil", reforça.
Comida é conexão e cultura
Como viaja sozinho, Zeca Camargo não titubeia ao dizer que a comida é uma porta de entrada para conhecer um lugar, uma cultura e, principalmente, gente.
"Sempre falo que você faz amigos em restaurantes, de cara, sobretudo em lugares mais distantes, como Ásia. Você descobre um lugar, vai mais de uma vez, a pessoa vê que você gostou, aí começa a conversar.
De fato, a comida é um fator de união", acredita.
Na França, lugar cuja gastronomia é justamente reverenciada, Zeca fez grandes amizades assim. "Meus melhores amigos são chefs e sommeliers. O Davi é um sommelier; o Simone é um chef italiano mas mora lá; e o Lucas, casado com Ninon, também tem um restaurante em Paris. E como é que a gente ficou amigo? Indo, sentando, conversando, elogiando", revela.
Além disso, para quem é explorador, é uma maneira de descobrir mais sobre a cultura de um local. "Já fiz viagens gastronômicas só para conhecer lugares, como Peru. E você começa a entender que tem muita coisa por trás do cartão postal que nem sabia. Você descobre que eles também têm aquela coisa com o milho, com a batata", ilustra.
Comer bem sempre. E comida boa!
Nas postagens gastronômicas, Zeca sempre ressalta o gosto por comer bem - no caso, ter uma alimentação balanceada. "É preciso ter equilíbrio, o que aprendi quando fiz o quadro 'Medida Certa', no Fantástico", opina.
Agora, no isolamento, cozinha diariamente, sempre balanceando tipos de alimentos. Carne entra de duas a três vezes no cardápio da semana; peixe, pelo menos duas vezes. "Tem um dia que não como carne, proteína nenhuma", conta.
Não à toa, confessa ter emagrecido quatro quilos desde que começou a quarentena, o que conseguiu aliando alimentação saudável e exercícios físicos.
Além de Jamie Oliver, o apresentador tem outra referência na alimentação, o escritor e ativista americano Michael Pollan, que tem um mantra que resume bem o que Zeca põe à mesa. "Eat food. Not too much. Mostly plants" - algo como: "Coma comida (de verdade). Não muita. Principalmente plantas".
Acho que isso é perfeito: coma carne, coma peixe, coma de tudo e capricha no que é verde, verdura, fruta, que é o que a gente nasceu para comer. E não come muito. Tento me guiar por isso", revela.
Na mala, sempre tem tempero
Zeca começou a se dedicar a fazer pratos mais caprichados quando se interessou pela cozinha tailandesa. "Ia muito para Bangkok e brinco que era uma mochila de roupa e uma mala de temperos na volta. O que não é perecível, tenho estoque aqui em casa", confessa.
Molho de peixe, molho de ostra, curry aos montes, pimentas? Zeca faz questão de trazer para casa todos os temperos que, em sua opinião, fazem uma comida boa.
De qualquer viagem que eu faça, principalmente Índia, Tailândia, Japão, França, Portugal, eu trago tudo o que posso. E no Brasil também, viu?", garante.
Quando viaja pelo país, sempre adquire algo da culinária regional. "Trago camarão seco, pimenta, farofa na mala. Viajando no Brasil ou no mundo, venho com tempero e fico muito animado em misturar essas coisas todas, porque, para mim, tempero é tudo o que faz a comida boa", diz o fã de cardamomo.
Ele, que só tem saído de casa às sextas-feiras, para fazer o mercado da semana e comprar os ingredientes do prato que será preparado no domingo, já sabe o que vai fazer quando o isolamento, finalmente, tiver fim: "Vou para Tailândia comprar meus temperos, que já estão acabando", avisa.
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