Como o aeroporto mais movimentado do mundo foi afetado pelo coronavírus
Há anos que o Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport, que serve a cidade norte-americana de Atlanta, é o mais movimentado do mundo.
Em 2019, o lugar teve um fluxo de mais de 110 milhões de passageiros (o aeroporto paulista de Guarulhos, o principal do Brasil, recebeu pouco mais de 43 milhões de passageiros no ano passado).
Com a eclosão da pandemia de coronavírus, entretanto, o ambiente frenético deste polo de jornadas aéreas dos Estados Unidos mudou drasticamente.
Em abril de 2020, por exemplo, passaram pelo aeroporto de Atlanta apenas 453.362 viajantes — número 95% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (os números dos últimos meses de maio e junho ainda não foram consolidados).
O fluxo de aeronaves no local, por sua vez, caiu 73% na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês de 2019. Se forem levados em conta apenas os voos internacionais, a queda foi ainda maior, de 94,8%.
Tudo isso, logicamente, mudou consideravelmente a cara do Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport, que se espalha por uma área de 1.900 hectares.
Apesar de ainda estar com todos os seus terminais funcionando, o local viu seus espaços interiores ficarem relativamente vazios de pessoas e marcados por uma queda enorme na oferta de produtos e serviços.
Atualmente, cerca de 70% dos mais de 300 estabelecimentos comerciais que existem no aeroporto (como restaurantes e lojas vendendo roupas, joias e itens eletrônicos) estão fechados por causa da covid-19.
O Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport também costumava abrigar uma extensa programação artística em seus saguões, com apresentações gratuitas de música ao vivo e exibições de obras de arte para entreter os passageiros.
As exposições seguem presentes, mas os shows se encontram temporariamente suspensos.
Mais de 60 mil trabalhadores
O Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport afirma ser "o maior empregador da Geórgia [Estado norte-americano onde se localiza a cidade de Atlanta]".
Antes de toda a crise causada pelo coronavírus, o local gerava trabalho para mais de 63 mil pessoas, como profissionais contratados pelas companhias aéreas, pela segurança aeroportuária, pelas lojas, em serviços de limpeza e serviços de transporte terrestre.
Atualmente, o aeroporto informa "que é ainda impossível determinar o impacto da pandemia nos empregos envolvidos" em sua operação.
E as pessoas que continuam a trabalhar no local devem seguir uma série de protocolos sanitários para evitar a disseminação do coronavírus.
Todos os profissionais do Hartsfield-Jackson que interagem com o público ou trabalham em espaços públicos, por exemplo, precisam usar máscara a partir de agora.
Antes de começar um dia de labuta, os empregados têm suas temperaturas medidas: a pessoa é mandada de volta para casa e direcionada a um médico se estiver com mais de 38ºC.
Os espaços públicos do aeroporto também ganharam mais de 300 estações de desinfetante para as mãos e, no chão, foram colocadas sinalizações de distanciamento social para os passageiros — incluindo no PlaneTrain, uma espécie de metrô que percorre um trajeto circular de quase 5 quilômetros de extensão e transporta viajantes entre diversas áreas do Hartsfield-Jackson.
Na era pré-pandemia, o Plane Train transportava, em média, mais de 200 mil pessoas por dia, chegando às plataformas para recolher usuários a cada dois minutos.
O aeroporto não soube informar quantos passageiros são transportados diariamente pelo veículo nos dias de hoje.
O aeroporto de Atlanta em números
- Recebeu mais de 110 milhões de passageiros em 2019;
- Em seu complexo de terminais, há um total de 192 portões de embarque;
- Tem um estacionamento com mais de 30 mil vagas para veículos;
- No Hartsfield-Jackson está a mais alta torre de controle de tráfego aéreo dos Estados Unidos, com 121 metros de altura;
- Tem cinco pistas para os aviões;
- Fica a aproximadamente 16 quilômetros do centro de Atlanta;
- E por que o local é o aeroporto mais movimentado do mundo? Uma das razões é a localização estratégica de Atlanta: a cidade fica a menos de duas horas de voo de centros urbanos que, juntos, abrigam cerca de 80% da população dos Estados Unidos.
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