Com destinos reabertos, ecoturismo é a opção mais segura para viajar agora?
Muito espaço ao ar livre e poucas aglomerações. Estas são duas das principais características de destinos brasileiros de ecoturismo que foram reabertos recentemente para o público, após passarem meses fechados por causa da pandemia de coronavírus.
Entre estes locais estão o Parque Nacional de Aparados da Serra (RS), o Parque Nacional de Brasília (DF) e o Parque Nacional da Tijuca (RJ), que oferecem, em seus milhares de hectares, contato abundante com a natureza.
Atrás de refúgio
Além disso, nestes locais é possível vivenciar uma prática que, no exterior, está sendo chamada de "isolationist travel" (algo como "viagem isolacionista" em português), uma tendência que, em época de covid-19, pode fazer com que as pessoas busquem, cada vez mais, lugares remotos e vazios como recantos de férias.
Emerson Belan, diretor geral da CVC, acredita no crescimento desse público e adianta que a empresa avalia que, no segundo semestre de 2020, a retomada do turismo no Brasil começará por viagens domésticas, com demanda por destinos de ecoturismo.
Para Gabrielle Monteiro, gerente de marketing da Pisa Trekking, as jornadas para locais remotos de natureza são uma das maneiras mais seguras de viajar no cenário pós-pandemia. "Nestes destinos, a maioria das atividades é praticada ao ar livre, as aglomerações são facilmente evitadas e os meios de hospedagem costumam ser pequenos, com baixo fluxo de pessoas e com um controle de higiene mais fácil", relata ela.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Walter Palis, concorda, mas faz a ressalva: é importante que medidas sanitárias sejam aplicadas nestes lugares e os turistas, por sua vez, devem tomar cuidado durante o deslocamento até os destinos de ecoturismo, visto que muitos destes locais ficam longe de grandes centros urbanos e contam com pouca estrutura de saúde.
"Em viagens feitas com um veículo próprio, o risco de contágio é menor", afirma Palis. Para o médico, caso opte por tomar um avião, o turista precisa seguir todas as recomendações para evitar contaminação.
Temos visto turistas deixando de usar máscara só porque estão passeando em um lugar aberto. Eles se esquecem que devem se proteger a todo o momento", alerta Gabrielle.
O que muda nas viagens de ecoturismo
Gabrielle informa que a Pisa Trekking, além de seguir com viagens para grupos pequenos e reduzir ainda mais o número de turistas, tornou obrigatório o uso obrigatório de máscara e higienização constante das mãos nas atividades. Além disso, os pacotes oferecerão, a partir de agora, apenas refeições individualizadas (e não mais servidas em formato de piquenique).
A Freeway Viagens, por sua vez, promete que os traslados e passeios serão feitos em veículos que utilizarão só 50% dos assentos disponíveis e serão utilizados somente hotéis e pousadas que estejam comprometidos com as regras determinadas pela Organização Mundial da Saúde. O uso de máscaras e constante higienização das mãos também são regras.
Já a Abreu afirma que está oferecendo mais opções de traslado privativo para destinos que atende no país.
Cuidados dos parques nacionais
Neste momento, entre os destinos ecoturísticos brasileiros reabertos estão o Parque Nacional de Aparados da Serra (RS), o Parque Nacional da Serra Geral (RS), o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), o Parque Nacional de Brasília (DF) e o Parque Nacional da Tijuca (RJ).
Mesmo com muito espaço ao ar livre, estes parques nacionais adotaram uma série de medidas sanitárias determinadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio, vinculado ao ministério do Meio Ambiente), com o objetivo de diminuir o risco de disseminação da covid-19.
"Todas as unidades de conservação federais reabertas estão com redução da capacidade de público, de forma que a visitação possa ocorrer respeitando o espaçamento mínimo de dois metros entre as pessoas", informa o ICMBio.
Além disso, os turistas terão que usar máscara durante todo o período em que estiverem no interior dos parques. Os transportes terrestres e aquaviários de visitantes, por sua vez, deverão priorizar a ventilação natural (e irão passar por um processo de desinfecção ao final de cada viagem).
E nem todos os espaços dos parques foram reabertos.
No Parque Nacional da Tijuca, por exemplo, ainda não é permitido o uso das cachoeiras, duchas, reservatórios e pequenas lagoas.
Os visitantes não terão acesso aos mirantes do parque e a espaços de alimentação compartilhados, como áreas de piquenique e churrasco.
Também está proibida a realização de confraternizações e de eventos nas áreas abertas. A área que dá acesso ao platô do Corcovado, onde está localizada a estátua do Cristo Redentor, não será aberta neste momento.
Para as últimas notícias sobre o processo de reabertura de grandes parques nacionais brasileiros, acesse: www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/
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