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Turismo do azeite é nova aposta de Gramado e tema da live de Zeca Camargo

Vista das Olivas de Gramado - Cristiano Carniel
Vista das Olivas de Gramado Imagem: Cristiano Carniel

Eduardo Vessoni

Colaboração para Nossa

17/07/2020 04h00

A 120 quilômetros de Porto Alegre, Gramado faz turismo com novidades. Entre museus temáticos e eventos de rua com cenografia caprichada, o destino viu nascer o primeiro complexo turístico do Rio Grande do Sul dedicado ao azeite de oliva da Serra Gaúcha.

Também é de lá que vêm os convidados de Zeca Camargo no próximo domingo, em mais um episódio do programa #BrasilCozinhaComigo no Youtube de Nossa: André Willrich Bertolucci, sommelier de azeites e um dos proprietários do Parque Olivas de Gramado e a chef gramadense Demeciana Schmitt, conhecida como Tia Dê, que trabalha no restaurante do local e vai preparar uma costela suína marinada na cerveja preta.

"Mergulho no azeite"

Mais do que visitas sisudas com termos técnicos que turista não quer saber, o Parque Olivas de Gramado tem turismo rural em uma área preservada sobre um cânion do Rio Caí com 12 mil oliveiras, cuja primeira safra acaba de ser colhida, após um longo preparo do terreno que levou oito anos.

Olivas de Gramado - Cristiano Carniel - Cristiano Carniel
Olivas de Gramado
Imagem: Cristiano Carniel

A gente não vende azeite, vende experiências gastronômicas em contato com a natureza"
André Willrich Bertolucci

Inaugurada no final do mês passado, a Degustação Sensorial do Parque Olivas é uma experiência que começa com uma introdução sobre a olivicultura e os benefícios da dieta mediterrânea, e termina com análise sensorial de reconhecimento de um azeite de qualidade.

Tudo isso acompanhado de harmonização de comidinhas com diferentes tipos de azeite, como as infusões com limão-cravo e baunilha, ervas da Provença e até canela.

Jardim das oliveiras

André Bertolucci, azeitólogo e sócio do Olivas de Gramado - Olivas de Gramado - Olivas de Gramado
André Bertolucci, azeitólogo e sócio do Olivas de Gramado
Imagem: Olivas de Gramado

Junto com a Serra da Mantiqueira, região montanhosa entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Rio Grande do Sul é um dos principais polos produtores de azeite de oliva extravirgem no Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (IBRAOLIVA), dos 230 mil litros de azeite produzidos no país, em 2019, o estado foi responsável por 180 mil litros.

Assim como explica André, a produção de Gramado é favorecida pela altitude da região (os terroirs gramadenses estão a mais de 800 metros do nível do mar), estações bem definidas e equilíbrio entre horas de sol e temperaturas baixas.

Centro de Gramado, que atrai turistas por seu clima e belezas naturais, e que promete ganhá-los por sua produção de azeite - Getty Images - Getty Images
Centro de Gramado, que atrai turistas por seu clima e belezas naturais, e que promete ganhá-los também por sua produção de azeite
Imagem: Getty Images

O resultado, independente dos processos de colheita e extração, são notas específicas de sabor e aroma, como tomate verde, alcachofra, avelã, castanha e couve.

Com cerca de 1.200 tipos de olivas no mundo, a produção de Gramado conta com seis varietais para extração (arbequina, picual, frantoio, koroneiki, coratina e manzanilla), cuja floração ocorre em setembro e a colheita manual, na segunda quinzena de março.

"A azeitona que gera o azeite não é a mesma que você come, pois as varietais para extração de azeite de oliva contêm menos polpa e mais óleo", explica Bertolucci.

Enquanto a arbequina traz notas mais amendoadas, a picual é mais picante e a frantoio tem maior amargor e média picância.

Para a costela que vai preparar com o apresentador Zeca Camargo, Tia Dê promete usar azeite de alberquina por conta da melhor combinação com a carne. Base de blends em todo o mundo, esse tipo de azeitona é mais suave e não ofusca os outros sabores dos pratos.

Azeites e pimentas usadas nos pratos elaborados em Gramado - Gustavo Merolli - Gustavo Merolli
Azeites e pimentas usadas nos pratos elaborados em Gramado
Imagem: Gustavo Merolli

Como saber se um azeite é bom

Ao contrário do vinho, "azeite bom é azeite novo", compara o azeitólogo. "Conforme envelhece, o azeite oxida e sofre alterações que influenciam no paladar e no aroma".

Azeites de Olivas de Gramado - Cristiano Carniel - Cristiano Carniel
Azeites de Olivas de Gramado
Imagem: Cristiano Carniel
Olivas de Gramado - Cristiano Carniel - Cristiano Carniel
Azeites de Olivas de Gramado
Imagem: Cristiano Carniel

Na hora de comprar um bom azeite, Bertolucci recomenda observar o grau de acidez, que para ser um extravirgem precisa ser de 0,1 a 0,8.

O sommelier sugere também azeites que sejam produzidos no Hemisfério Sul, como Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, pois o produto tem menos intermediários até chegar na mesa do cliente.

Para quem quiser iniciar no mundo dos azeites, a dica é começar pelos monovarietais, cujas informações aparecem no rótulo. "É mais fácil do que os blends na hora de identificar e memorizar as características de cada tipo de azeitona", finaliza Bertolucci.

#BrasilCozinhaComigo

O #BrasilCozinhaComigo é a nova série de Nossa, o canal de lifestyle do UOL. Todo domingo, Zeca Camargo recebe um convidado de uma região diferente do país, para trocar receitas e histórias.

A próxima live acontece no domingo (19), ao meio dia, no Youtube de Nossa. Quer uma palhinha? Confira os melhores momentos do programa com o chef Emílio da Costa.