Casa "bunker" com 2280 m² subterrâneos é criada para vida pós-apocalipse
A pandemia do coronavírus está fazendo com que a arquitetura repense em estratégias para construções criativas, bonitas e que se adaptem às "surpresas desagradáveis". Foi a partir desse pressuposto que o estúdio do arquiteto ucraniano Serhii Makno projetou uma casa subterrânea que oferece luxo e segurança.
À vista na superfície, são "apenas" 170 m² de construção. Mas a surpresa está debaixo da terra: a residência tem 2280 m², distribuídos em 15 metros de profundidade.
A Underground House Plan B, como foi nomeada pelos artistas responsáveis, pelo lado de fora lembra um museu de arte moderna ou até mesmo uma base militar. A estrutura de concreto é equipada ainda com três entradas e um heliporto no telhado.
"Tentamos criar uma forma simples e concisa, que em toda a sua perspectiva falaria em confiabilidade", relata Serhii Makno na descrição do projeto. "Mas algo que também fosse esteticamente atraente e não intimidasse".
Como funciona a segurança da casa?
O projeto conta com quatro camadas dentro do solo: um espaço de convivência, um piso com gerador para de tratamento da água, outro com os equipamentos elétricos e um poço.
As três saídas possuem um "anel" de evacuação resistente ao fogo e pode ser acessado por qualquer um dos andares citados acima e até mesmo em qualquer um dos cômodos da área de convivência, desde o banheiro até a academia.
A escada principal, em forma espiral, e o elevador criam o caminho do exterior ao interior, bem como a dois lances de escadas em espiral para funcionários e cargas de estoque — a fim de que os fluxos sejam distribuídos e não interfiram entre si.
Além disso, todos os sistemas de funcionamento da casa são autônomos. Abastecimento de água, esgoto, sistema fechado de ventilação com recuperação, captação e purificação do ar.
"Aconteça o que acontecer na superfície da Terra, a vida no Plan B continuará", diz Serhii.
O concreto usado para a construção é "indestrutível", conta o arquiteto, com força e custo ideal para a proteção. As portas automáticas também podem ser acionadas manualmente, caso seja necessário.
Autossuficiente
Você pode estar pensando: em um cenário apocalíptico, como eles irão alimentar-se? Para isso, os arquitetos criaram uma piscina para criar peixes e um jardim equipado para cultivar legumes e frutas.
Foi construída também uma sala separada para possíveis atendimentos médicos, com um isolador e uma área fechada para armazenar estoques de medicamentos.
"A segurança vem em primeiro lugar. Minha prioridade era garantir sono confortável, temperatura, comida de qualidade, água e ar. O resto é apenas para conforto", diz o engenheiro-chefe do estúdio, Olha Sobchyshyna.
Contato com o mundo exterior
Além dessas prioridades, foi necessário também criar um ambiente que não fosse claustrofóbico e desse a sensação de contato com o mundo exterior de alguma forma.
O projeto, que tem como intuito abrigar até três famílias, cria a ilusão de estar acima da superfície, como se fosse possível olhar pela janela e ver o céu.
Para isso, a iluminação é uma das aliadas. Colocadas em lugares estratégicos, para imitar a luz natural do dia, elas agregam ao conforto nos cômodos junto às janelas colocadas no teto, o uso de plantas para inserir um pouco do verde da natureza na casa e projeções nas paredes para criar uma vista de montanhas.
"Procuramos criar um espaço em que gostaríamos de viver, mesmo quando não há apocalipse. Materiais naturais, os cheiros, texturas e fibras mais preservados", comenta a arquiteta Maryna Hrechko.
Animais de estimação
Todo o projeto é pensado também para os pets. Uma área com madeira, pedras e grama foi colocada dentro do projeto para passeios com os animais de estimação e pedaladas de bicicleta.
"Este projeto é uma libertação das emoções, uma reflexão sobre a continuação da vida humana sob quaisquer circunstâncias", resume Serhii Makhno. "É uma tentativa de encontrar uma resposta para a questão de saber se a arquitetura pode criar a impressão de vida na superfície enquanto está em suas profundezas".
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