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Praias são sonho de viagem de brasileiros pós-isolamento; China, nem pensar

De acordo com pesquisa, maioria dos brasileiros deseja fazer viagem para um destino de praia quando a pandemia passar - Getty Images
De acordo com pesquisa, maioria dos brasileiros deseja fazer viagem para um destino de praia quando a pandemia passar
Imagem: Getty Images

Bárbara Ligero

Colaboração para Nossa

21/07/2020 05h00

Quem costumava viajar, uma vez ao ano que fosse, certamente foi impactado pelas incertezas trazidas pela pandemia do novo coronavírus. Por isso, uma pesquisa encomendada pelo buscador de hospedagens Hoteis.com buscou entender como a mentalidade dos brasileiros mudou em relação às viagens após quase três meses de confinamento.

O estudo, realizado pela One Poll entre 15 e 24 de junho, indicou que 90% dos 500 entrevistados passaram a valorizar mais a possibilidade de viajar. É com viagens que a maioria pretende investir o seu dinheiro quando tudo isso passar, mais do que em roupas novas ou em uma noitada com os amigos.

O levantamento também apontou para onde os brasileiros pretendem ir e quais são os seus principais medos em relação à retomada do turismo. Confira os principais dados levantados a seguir.

Isolamento fez com que muitos brasileiros queiram viajar para se sentirem melhor - Unsplash - Unsplash
Isolamento fez com que muitos brasileiros queiram viajar para se sentirem melhor
Imagem: Unsplash

Viajar virou sinônimo de bem-estar

Seriam as viagens o remédio para os males da quarentena? Os brasileiros acreditam que sim. Segundo a pesquisa, 89% dos entrevistados concorda que viajar pode ajudar a melhorar a saúde física e mental - e 49% pretende viajar no futuro justamente com essa finalidade.

A comida parece ter um papel importante nisso: 71% afirma que comer bem é um dos aspectos da viagem que contribuem para a melhoria do bem-estar. Outros fatores seriam a possibilidade de conhecer novas culturas (56%) e de conseguir se desconectar do noticiário (56%).

O estudo também buscou entender o que as pessoas esperam de sua primeira viagem pós-coronavírus e 69% respondeu que deseja conhecer lugares novos. Logo em seguida veio a vontade de se sentir relaxado (67%) e de ter liberdade para fazer o que quiser (62%).

A cautela continua

Apesar de não verem a hora de aliviar suas tensões psicológicas viajando, os brasileiros ainda temem pela sua saúde física: 55% dos entrevistados afirmou que está ansioso para viajar, mas ainda tem receio de embarcar. Nesse sentido, 44% acredita que só se sentirá totalmente seguro depois que a vacina ou a cura para a covid-19 for desenvolvida.

Apesar da saudade de viajar, brasileiros não querem abrir mão dos cuidados contra o coronavírus - Unsplash - Unsplash
Apesar da saudade de viajar, brasileiros não querem abrir mão dos cuidados contra o coronavírus
Imagem: Unsplash

Esse medo acabou refletindo em outros dados do levantamento. Por exemplo, 69% das pessoas afirmou que, quando voltar a viajar, levará consigo produtos de higiene, sendo que os mais mencionados foram o álcool em gel (81%), as máscaras (60%) e os lenços desinfetantes (50%).

Além disso, os viajantes serão mais exigentes com a limpeza na hora de escolher um resort ou hotel. Os entrevistados consideraram que, em um momento como esse, ter travesseiros macios ou servir uma boa comida é menos importante do que a hospedagem espalhar dispesers de álcool em gel ou trocar as toalhas diariamente.

Outro indicativo de cautela por parte do consumidor é a duração das viagens. Antes do coronavírus, 37% dos brasileiros afirmou que costumava ficar um mês viajando. Passada a pandemia, a expectativa é que a duração das viagens caia pela metade: 27% disse que seu próximo passeio será de apenas duas semanas.

As viagens de uma única semana, que eram comuns para apenas 7% dos entrevistados, também serão mais recorrentes: 13% ficará apenas sete dias fora de casa quando a pandemia passar.

O brasileiro quer praia

Praias pelo Brasil são os destinos mais desejados pelos brasileiros no pós-pandemia - Unsplash - Unsplash
Praias pelo Brasil são os destinos mais desejados pelos brasileiros no pós-pandemia
Imagem: Unsplash

Parece que os viajantes não veem a hora de colocar os pezinhos na água. Quando questionados sobre qual tipo de viagem desejam fazer, a maioria dos brasileiros consultados (55%) respondeu que deseja ir à praia. No caso, uma praia brasileira.

47% afirmou que sua primeira saída depois do fim da pandemia de coronavírus será para um destino nacional. Ainda segundo a pesquisa, a cidade que os brasileiros mais desejam visitar é Florianópolis, que se tornou um exemplo no combate ao covid-19 no país e recebeu 32% das intenções. Logo em seguida vieram outros destinos litorâneos: Fortaleza, com 29% dos votos, e Rio de Janeiro, com 22%.

Conhecidos por oferecer comodidades mil, os resorts de praia também estão no topo da lista de desejo dos brasileiros (65%) na hora de escolher onde se hospedar. Depois deles vem as casas de campo (52%), os resorts de águas termais (49%), os hotéis de luxo (45%) e os imóveis de aluguel de temporada (45%).

China, nem pensar

Apenas 19% dos brasileiros pretende viajar para o exterior logo de cara. Nesse caso, o destino mais desejado é os Estados Unidos (39%), seguido de países europeus como Portugal (36%), Itália (24%) e França (19%).

Muitos brasileiros pensam em ir a Nova York assim que puderem viajar - Unsplash - Unsplash
Muitos brasileiros pensam em ir a Nova York assim que puderem viajar
Imagem: Unsplash

O levantamento também perguntou para quais cidades específicas os entrevistados gostariam de ir e Nova York (30%), Lisboa (30%) e Paris (28%) lideraram o ranking. As escolhas causam certo estranhamento, visto que 38% dos brasileiros afirma que evitará visitar lugares lotados, com pontos turísticos famosos.

Por outro lado, não houve contradição nos dados que indicam o país e a cidade que os entrevistados menos querem conhecer quando a pandemia terminar. A China e a sua capital, Pequim, ficaram no final da lista de desejos dos brasileiros, que provavelmente demorarão a dissociar o país do início do surto de coronavírus.