Arquiteto de projeto rebate crítica de Jacquin : "Por que não pode bonito?"
O chef Erick Jacquin, um dos jurados do reality culinário "MasterChef Brasil", não é o único que demonstrou insatisfações com o projeto Ocupa Rua, cuja proposta de colocar mesas nas ruas em frente a restaurantes e bares foi autorizada em publicação no Diário Oficial de São Paulo nesta quinta (6).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, donas de estabelecimentos do centro, área onde o piloto será realizado, como Maria Medeiros (Instituto Feira Livre) e Rachelle Balbino (Pratada) também reclamaram sobre a forma como a iniciativa chegou a elas.
"A gente apoia 100% o uso da rua, sempre tivemos esse plano. Mas foi apresentado um projeto pronto, sem levar em conta o que a gente pensa, e sem saber o que tem, se tem publicidade envolvida", afirmou Maria à publicação.
Gustavo Cedroni, do Metro Arquitetos Associados, escritório à frente da iniciativa, assume que o processo foi conturbado.
O natural seria convocar as pessoas e fazer discussões públicas. Mas de um lado não tínhamos a sinalização de que a prefeitura ia topar. E, do outro, não tínhamos verba.
Não dava para, naquele momento, articular com os 32 estabelecimentos. Conforme foi crescendo, fomos colocando outras pessoas dentro e criando diálogos individuais com elas", explica.
"Concurso de beleza"
Em entrevista ao Nossa, Jacquin, à frente do restaurante Président, nos Jardins, disse que, embora tenha achado o projeto lindo, não é hora de acontecer um concurso de beleza na cidade.
Cedroni rebate: "É tão raro a gente conseguir intervir em um espaço público e no desenho que fica na cidade.
Por que não pode ser bonito? O foco é ser eficiente. Mas não é tão simples. Talvez seja um dos projetos mais complexos que o escritório já teve".
De acordo com o arquiteto, foi necessário unir requisitos da vigilância sanitária, da prefeitura da cidade e da OMS. "São mil especificidades que não podem ser implementadas do dia para a noite", entende.
Outro desafio apontado por ele está nos materiais e seus usos. "A gente não está falando de beleza, mas de usar arquitetura como uma técnica que explora a viabilidade econômica. Conseguimos valores muito baixos apostando em materiais da construção civil".
Exemplo disso são os vasos que separam os clientes e os carros. Feitos de concreto pré-fabricado, são produzidos em série e tornam-se mais baratos do que as opções de plástico e cerâmica. Também fogem do comum as chapas niveladoras, que prometem igualar a altura da rua a da calçada e são similares às utilizadas em ônibus.
Início dos testes
As ruas Major Sertório, General Jardim, Bento Freitas e Araújo começam a receber instalações na próxima semana. Segundo Cedroni, a previsão é que todas as mudanças sejam feitas em um mês. A inauguração, porém, será feita em etapas, quarteirão por quarteirão.
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