Colar de parede? Sim! Acessórios de retalhos e fios é novidade na decoração
A curiosidade pelos trabalhos manuais estava no sangue: Mayrles Emille é bisneta de um exímio alfaiate e vem de uma família de mulheres que costuram e bordam. Assim que se formou em Design de Moda, em 2009, começou seu ateliê e, em paralelo, um estúdio fotográfico.
Sempre fui inventiva, mas via que não queria fazer o que todo mundo faz, o que via sempre nas feiras. Naquele tempo eu não conseguia dar foco ao meu propósito"
Em 2013, sua vida virou ao avesso: o casamento se desfez e ela resolveu mergulhar nas origens para se reencontrar. "Precisei redescobrir minhas potências, voltar à minha terra com um trabalho mais sólido."
Na busca por essa identidade, pesquisando entre as referências nacionais, encontrou Mary Design, mineira criativa e nome forte na arte têxtil e na criação de acessórios.
"Ela sempre falou de afetividade e fazer o curso dela foi uma conexão linda: uni os conhecimentos que tinha ao acabamento primoroso, entre outras lições", diz.
Recomeço
Foi assim que em 2015 o ateliê Mayrles Emille abriu as portas em João Pessoa (PB). Em pouco tempo, ela passou a exportar para Austrália e França. Seus acessórios coloridos e baseados na sustentabilidade ganhavam o mundo. "Ousando, consegui chegar mais longe", conta, baseada em Pipa, praia de Natal (RN).
No começo da pandemia, ela enviou uma encomenda de mil peças para o Qatar, cujo lote se perdeu em trânsito e ainda não foi localizado. "Fiquei muito, muito abalada com isso. Um trabalho de três meses e tanto esforço simplesmente desapareceu", conta.
Corpo-casa
Sim, a quarentena trouxe dificuldades e exigiu pulso firme da paraibana, que precisou reduzir o ritmo, como todo mundo. Mas abriu espaço também a novas invenções, como a linha Corpo-Casa.
Nesse momento em que estamos mais em casa e precisamos de aconchego e afeto, surgiu essa criação. Foi um sucesso"
Em cena, as mesmas minúsculas aparas de retalhos que dão vida aos adornos corporais e a mesma visão — mas agora, para a parede.
Produção envolve emoção
O dia começa cedo no ateliê, recebendo descartes têxteis para a produção. Ela se debruça sobre os fios, que podem ser de cordas, sintéticos e dá formas a eles, torcendo, bordando, adornando. "Para cada peça, faço um apanhado das minhas emoções. Sigo uma linha de raciocínio, mas em um processo muito orgânico", conta Mayrles.
A arte é minha base. É o fio que me mantém em pé. Sou encantada por tudo do ateliê"
Em geral, itens maiores levam um dia de produção. O mais difícil deles foi o colar Alegria Tropical, que exigiu quatro dias de dedicação. "As clientes acompanham o processo produtivo, há uma conexão enorme entre nós", diz ela, que chega a criar 100 peças por mês em tempos normais, com colaboradoras.
Agora, é esperar a vida voltar ao normal para crescer ainda mais. Vontade, garra e inspiração não faltam a Mayrles.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.