Os destroços do maior palácio e museu em Beirute destruído pela explosão
A explosão em Beiture, no Líbano, destruiu grande parte da cidade e, consequentemente, locais que criavam o turismo por lá. Um dos lugares mais afetados foi o Museu Sursock.
O palácio, erguido no século 19, é um dos maiores na capital libanesa e abrigava um museu de arte moderna e contemporânea. Em cliques compartilhados por usuários no Instagram, é possível ver o interior do local, que, agora, soma inúmeros destroços da estrutura danificada pela explosão.
Há apenas alguns meses, o museu abrigou uma exposição histórica de Picasso e era tido pelos especialistas como um dos marcos remanescentes da velha Beirute que haviam resistido sem danos a 15 anos de guerra civil e a décadas de negligência do governo.
Destruição no Museu Sursock
História do palácio
Construído em 1860 por Moussa Sursock, o local foi reconhecido na época como uma das maiores casas de cidade de Beirute e, hoje, é o maior palácio privado daquele período a sobreviver, até poucos dias, intacto.
A origem dos Sursock remonta a Constantinopla e há registros de que eles viviam na capital libanesa desde 1714. Sua grande riqueza foi obtida no início do século 19, principalmente na agricultura, e, posteriormente, com fábricas de algodão.
No seu ápice, o império Sursock se estendeu de Mersine, naTurquia, a Alexandria, no Egito, passando pelo Líbano, Chipre e Palestina. Com a chegada dos regimes nacionalistas na Turquia e no Egito e a criação do Estado de Israel, os Sursocks perderam suas terras e o palácio em Beirute é um dos poucos símbolos restantes de sua antiga glória.
Em 1912, o herdeiro libanês Nicolas Ibrahim Sursock construiu a vila particular que atualmente abrigava o museu. Em seu testamento, ele decretou que o local, após sua morte, fosse transformado em um espaço de arte.
Quando Nicolas morreu, em 1952, ele deixou a a construção para a cidade de Beirute. O museu abriu suas portas em 1961, dirigido por Ibrahim M. Beyhum, com uma exposição de obras de artistas libaneses contemporâneos, estabelecendo um precedente para eventos culturais em Beirute.
Jardins
Além do palácio com as obras de arte, o local guarda ainda em seus arredores jardins que ficam abertos entre os meses de abril e novembro para visitação — período em que não costuma chover na cidade.
Aberto também para aluguel de eventos, os jardins podem acomodar até mil convidados sentados e servidos igualmente distribuídos entre as arcadas e a área pavimentada, o setor gramado e a região da fonte.
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