Rara, "lula-morcego" de 1,3 metro é iguaria de restaurante em São Paulo
Com um 1,3 metro de comprimento e cerca de 20 quilos, a lula da foto acima impressiona por sua imponência. Conhecida por pescadores como lula-morcego, a espécie encontrada em pequenas quantidades no litoral do Rio de Janeiro é servida no restaurante japonês By Koji, localizado no Estádio do Morumbi.
Raro, o molusco é pescado de junho a setembro em alta profundidade. "O período provavelmente está relacionado com a rota marítima do atum, uma de suas presas, ao lado de carapau e do peixe-serra", explica Fabio Oliveira, da Morota Pescados, fornecedora do restaurante.
Fabio conta que viu a lula pela primeira vez em barcos que costumam ficar perto de plataformas de petróleo e que pediu para comprá-la. Até então, o animal costumava ser vendido para a comunidade local, em Niterói.
Segundo os pescadores da região, às vezes acontece deles puxarem a vara e se depararem com a presa e o predador: a lula grudada no atum.
Outra curiosidade, segundo eles, é que o molusco aparece sempre em dupla.
Iguaria em restaurante japonês
Se comparada às versões encontradas na maioria dos restaurantes, a lula-morcego é mais espessa e gordurosa, características que prometem um sabor mais intenso para a mordida.
Por se tratar de um produto sazonal, quem vai ao restaurante não encontra a espécie no cardápio. Os garçons são orientados a informar os clientes oralmente de acordo com a disponibilidade.
O By Koji recebeu, há poucos dias, duas lulas de 18 quilos cada uma. Elas podem ser provadas em forma de sashimi e niguiri, que também leva sobre o bolinho de arroz ovas de massago, cebolinha e flor de sal.
A primeira vez que o By Koji recebeu esse tipo de lula foi há cerca de sete anos. Desde então, a venda de Fabio para o chef Koji Yokomizo é certeira — respeitando a "aparição" natural do molusco, é claro.
Lula-diamante
Com ajuda de César Calzavara, especialista em qualidade de pescado, identificamos que a lula-morcego tem o nome científico de Thysanoteuthis rhombus e é também chamada de lula-diamante.
A espécie possui barbatanas longas e ventosas nos tentáculos. Habita águas abertas tropicais e subtropicais quentes. O registro científico do animal, tanto jovem quanto adulto, é escasso ao longo da costa brasileira.
De acordo com um artigo publicado em 2014 por Carlo M. Cunha e Luciano E. Oliveira, a captura da lula no país é rara e normalmente é dada de forma acidental.
Ainda segundo o material científico, o interesse comercial pela lula-diamante teve um aumento nas Ilhas Canárias e no Japão.
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