Objetos feitos de concreto ganham visual leve e linhas contemporâneas
Traço Objetos
Como tornar o concreto - um material geralmente associado a construções pesadas - algo leve e interessante ao design de objetos? O arquiteto e designer Reginaldo Pereira estudou um ano inteiro para responder a essa pergunta. Na verdade, antes disso, ele havia passado uma década exaustiva trabalhando no mercado financeiro, como economista.
Durante um período sabático, em 2016, em uma pesquisa de materiais, começou a observar a evolução do cimento. "Ele havia se transformado ao longo dos últimos 20 anos, mas ainda assim, não era usado no design", conta.
Logo, Reginaldo percebeu que para trabalhar com esse material, precisaria desenvolver o próprio concreto, uma mistura mais adequada aos objetos. Sem livro, sem curso, sem muitas referências, começou a fazer testes de erros e acertos. Dessa receita única nascem as peças da Traço Objetos, empresa que ele toca ao lado do sócio, o administrador Michel Batista.
Há muitos livros sobre concreto estrutural, mas para essa escala de objeto não há curso, nem literatura. Ficamos 11 meses fazendo protótipos, testes, moldes. No fim de 2016 nos lançamos como marca."
Surpresas
Até hoje, quatro anos depois daquele começo, Reginaldo e Michel se surpreendem com as possibilidades do material. E não param de pesquisar. "Hoje somos capazes de criar quinas de 45 graus, o que até pouco tempo era impossível. Conseguimos reduzir massa e nos aproximar do que é possível para outros materiais", diz Reginaldo.
Peças de peso
Um dos carros-chefes são os bowls. Mas eles também criam pensando em conceito, algo que acontece com o vaso Valentim, que traz referências da cultura brasileira. "Estamos sempre procurando novas camadas e significados para adicionar à produção", conta. Já a fruteira concretista levou um ano inteiro para ter suas quinas vivas disponíveis. "Foi muito complexo para executar".
Quem vê o instagram cheio de leveza da dupla, o @traco_objetos, nem imagina quanta transpiração há nesses bastidores. Geralmente 30 itens ficam prontos diariamente. Reginaldo desenha, participa da criação de moldes, distribui para a produção, acompanha a finalização, fotografias, vendas e os detalhes até que cada objeto chegue à casa das pessoas.
"Começamos sem saber se teria aceitação e rapidamente conseguimos entrar no mercado. Acredito que viemos em um momento em que o artesanal está sendo entendido de forma diferente", ele diz.
Inquieto, Reginaldo vive fazendo experimentações. Das últimas aventuras nasceram itens que misturam outras técnicas, como a fotografia impressa. Se depender dele, vem muito mais por aí. Passos de quem vai longe com leveza, mas muita consistência.
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