Práticos e decorativos, utensílios de madeira esculpida levam arte à casa
Elizandro Rabelo
Em 2014, o designer gráfico Elizandro Rabelo se mudou para a casa nova e começou aquela fase sonhada por todos nós: buscar cada um dos móveis para compor os espaços. A pesquisa por mobiliário de design assinado seguia lindamente — até que ele começou a ver as cifras.
"Tudo o que eu queria era muito caro. Itens de design e madeira de lei são para um público muito restrito. Pensei: vou tentar fazer", conta.
A formação em design ajudou. Mas foi garimpando vídeos e tutoriais na internet que ele deu os primeiros passos na marcenaria. "Tentava adaptar ao meu processo de criação, acumulava mais técnicas e pronto. Consegui fazer móveis e peças menores", lembra.
Antes fazia tudo sozinho, do desenho da peça à postagem nas mídias sociais. Mas, no último ano, a demanda cresceu: agora ele tem na equipe sete pessoas. "Continuo na criação, mas na produção de escala a equipe entra em cena. Também comecei a ensinar o que sei em um curso. Tudo para tornar o design mais democrático", aponta.
Afinal, essa era sua missão inicial: dar acesso ao bom design, com preço justo. No ateliê O Designer Artesão, elas custam de R$ 80 a R$ 3.400. "O mais caro é o acabamento da madeira, que pode levar seis lixas. É um trabalho meticuloso, você precisa se deter a cada peça."
Estrelas da vez
A cada 40 dias surge uma novidade. Das mais cobiçadas criações, está O Reino, uma série de peças de Xadrez feitas com madeiras diferentes, feitas para colecionar.
"É uma xiloteca (coleção de madeiras de diferentes tons), que virou um dos sucessos, ao lado dos vasos Duo, que misturam madeira e vidro".
Como nasce cada peça
O ponto inicial dos itens é o desenho manual, que Elizandro não troca pelo digital nesse começo da criação. A partir daí vem o protótipo da primeira peça e um desenho técnico, para ela ganhar escala.
"Depois fotografo aqui mesmo em casa e vai para as redes sociais, de onde vem o melhor feedback. É um processo colaborativo", diz ele, que montou sua oficina ao lado da residência — como sua vida se confunde com a do designer-artesão, não fazia sentido ir para longe trabalhar.
Do catálogo de 70 itens que podem ser encomendados, os mais difíceis até hoje foram o mancebo Árvore e as cadeiras. Envolvem dedicação extra — e isso ele tem de sobra — mas prefere multiplicar em outros sucessos.
Vínhamos de uma cultura forte do plástico. Agora passamos a dar mais valor à madeira, um material vivo, que tem história"
Inquieto e corajoso, Elizandro não teme cópias. "Até as pessoas encontrarem um caminho próprio, elas te copiam. Mas cada peça em madeira é única. Ninguém vai chegar à mesma criação".
@s que me inspiram
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