Antes de morrer, Kenzo Takada celebrou a vida; mundo da moda lamenta perda
A notícia sobre a morte do estilista Kenzo Takada, 81, surgiu ontem, poucos dias depois que a grife que leva seu nome apresentou a coleção de verão 2021, cujo tema principal era a "celebração da vida".
O desfile tinha Felipe Oliveira Baptista como diretor criativo, uma vez que o artista japonês deixou a grife em 1999 para se dedicar à carreira na arte.
As peças da Kenzo iluminaram o jardim do Instituto Nacional do Jovem Surdo com estampas floridas, cores vibrantes e grandes chapéus que, hoje em dia, podem ser interpretados como sinônimo de proteção, mas para a grife, além disso, trazia uma releitura da cultura japonesa no ocidente — um dos principais legados deixados por Takada no mundo da moda.
"A moda é como comer, você não deve ficar com o mesmo menu"
Kenzo Takada
Aqui, vale reforçar que ele não gostava de ser conhecido como um "designer japonês", pois se considerava um "designer de moda" antes de qualquer coisa.
"A moda não é para poucos, é para todas as pessoas", disse ele ao The New York Times em 1972. "Não deve ser levada muito a sério".
Kenzo deixou sua marca principalmente na moda feminina ao celebrar a liberdade do corpo da mulher. Os desenhos "alegremente caóticos" e maximizados foram feitos para liberar o corpo, não restringi-lo ou remodelá-lo. Muitas vezes, as peças apareciam sem zíperes e outros fechos.
"Tão triste ouvir de sua perda de hoje... Vou sempre lembrar o seu sorriso, humilde atitude e positividade que você brilhou em todos nós", escreveu a modelo Naomi Campbell em sua conta no Instagram. "Descanse com os anjos."
Pat Cleveland, modelo afro-americana pioneira que Takada sempre defendeu, disse que seu "coração estava partido" pela morte de seu "querido amigo".
"Ele era uma alma tão alegre e eu vou sentir muito a falta ... RIP querido Kenzo".
A crítica de moda Suzy Menkes disse que Takada continuou a ser um "emblema do estilo internacional" depois que a empresa francesa de artigos de luxo LVMH comprou a marca Kenzo em 1993.
"Eu me lembro dele me dizendo que queria fazer roupas 'felizes'", escreveu ela. "Isso significava colorido, com liberdade para o corpo da mulher — e uma atitude internacional muito antes de seu tempo."
O colega designer e amigo Giambattista Valli, agradeceu "por Takada tê-lo ensinado a generosidade de compartilhar a felicidade".
"Ainda danço com você e dedicarei todos os momentos de alegria a você! Amigo precioso", homenageou.
A morte do designer chega 50 anos depois que ele abriu sua primeira butique em Paris. A prefeita da cidade, Anne Hidalgo, descreveu Kenzo como um "designer com imenso talento, que deu cor e luz o seu devido lugar na moda".
"Paris está hoje de luto por um de seus filhos", disse ela sobre o designer.
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