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Hard seltzer: a bebida da vez nos EUA vai emplacar no Brasil?

Variedade de hard seltzers disponíveis nos Estados Unidos, onde a moda pegou rapidamente - Tribune News Service via Getty Images
Variedade de hard seltzers disponíveis nos Estados Unidos, onde a moda pegou rapidamente
Imagem: Tribune News Service via Getty Images

Pedro Marques

Colaboração para Nossa

09/10/2020 04h00

Leves, refrescantes e pouco calóricas, as hard seltzers foram lançadas faz pouco tempo nos Estados Unidos e já são a bebida da vez por lá.

Em 2018, havia apenas dez marcas desse tipo de drinque enlatado (na maioria dos casos) à venda no país, afirma um relatório da empresa de inteligência de mercado Nielsen. Esse número subiu para 65 agora em 2020, e deve continuar crescendo, mesmo com a pandemia de coronavírus.

As hard seltzers têm se destacado como o segmento mais resiliente de toda a indústria de bebidas alcoólicas", diz a Nielsen em seu relatório.

Diante de todo esse sucesso, ficam duas perguntas: o que exatamente é hard seltzer e por que praticamente não vemos esse produto por aqui?

A primeira dúvida é fácil de responder: hard seltzers são drinques prontos para beber, feitos com água gaseificada, sabores de frutas e um tiquinho de álcool, que pode ser de cana-de-açúcar ou de malte de cevada - até por isso, uma porção de cervejarias dos EUA, incluindo gigantes como a Budweiser, tem investido nesse segmento.

Gigantes no jogo

Já no Brasil, esses drinques ainda são desconhecidos "pois há poucas marcas, geralmente pequenas, que não podem fazer grandes investimento de marketing", avalia Marcelo Sant'iago, editor do Difford's Guide Brasil, site especializado em coquetelaria e bebidas alcoólicas.

Ainda. O cenário está prestes a mudar com a entrada da gigante Coca-Cola no segmento. A empresa escolheu Brasil e México para lançar a Topo Chico, sua marca de hard seltzers, e promete fazer bastante barulho para que o público conheça a novidade.

Topo Chico, marca de hard seltzers da Coca-Cola - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Topo Chico, marca de hard seltzers da Coca-Cola - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Com preço sugerido de R$ 4,99, as latinhas nos sabores abacaxi, lima-limão e morango-goiaba estão chegando aos supermercados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Campanhas de divulgação nos pontos de venda e no ambiente digital começam em breve.

"A gente vê muito potencial no Brasil. O sucesso e o crescimento que houve nos EUA vai se repetir aqui", afirma Renato Shiratsu, diretor de Integrated Brand Experience e Bebidas Premium da Coca-Cola Brasil.

Segundo o executivo, o público, especialmente a geração millenial, está cada vez mais interessado em bebidas que sejam leves, refrescantes e menos calóricas, mas não estufem como uma cerveja, por exemplo. São esses os principais motivos que garantiram o sucesso das hard seltzers lá fora, e essas mesmas condições estão presentes no Brasil, acredita Shiratsu.

Pegando carona

Hard seltzer da Joví - Divulgação - Divulgação
Hard seltzer da Joví
Imagem: Divulgação

Se tudo sair como a gigante das bebidas planeja, todo o mercado de drinques prontos para beber pode sair fortalecido, opina Sant'iago, do Difford's Guide Brasil.

Com a entrada da Coca-Cola, vai ter mais investimento para divulgar a categoria e aí a coisa pode ganhar proporções diferentes", afirma.

Hoje, por exemplo, há basicamente duas empresas fazendo hard seltzers no Brasil: a Joví (que engarrafa os drinques) e a cervejaria Three Monkeys, com a linha Hintz. São marcas que podem pegar carona caso a Topo Chico faça sucesso, assim como outras empresas que podem aproveitar o momento para lançar suas marcas.

As hard seltzers da cerveja ria carioca Three Monkeys - Divulgação - Divulgação
As hard seltzers da cervejaria carioca Three Monkeys
Imagem: Divulgação

A mesma lógica vale para os coquetéis em lata, acredita Guilherme Castro, sócio da Oceà, que faz drinques enlatados à base de vinho tinto, branco e rosé.

O brasileiro está procurando opções refrescantes e práticas de beber, além da cerveja", afirma.

"Quanto mais elas souberem que existe essa possibilidade, mais o mercado vai crescer", afirma.