Esculturas em papel são peças de arte únicas com leveza e significado
Há mais de 30 anos, Tânia Araújo não trabalhava fora. Como vivia criando ideias para decorar sua casa, resolveu estudar Artes Plásticas. "Foi quando me deparei com muitas técnicas e vi um mundo. Comecei a fazer quadros de madeira com colagem e levei a uma loja para ver se gostavam", lembra.
E gostaram. Logo, ela passou a vender mais peças. Com o tempo, precisou sustentar a família e viu seu hobby virar profissão. Tânia trilhava um caminho bem comercial, participando de feiras importantes, mas em determinado momento quis liberdade e mais controle sobre a produção.
"Comecei a ter meu trabalho copiado e vi que não dá para controlar. Brigar também não vale a pena." Foi aí que a quantidade deu vez à qualidade.
Cinco anos atrás ela se interessou pela papietagem e mergulhou fundo nesse universo. "Queria fazer algo pelo puro prazer de criação e tirei o comercial da frente pela primeira vez. Fiz uma coleção chamada 'Singular no coletivo', da qual gosto muito. Teve ótimo retorno", diz.
Bichos estranhos
Com a técnica da papietagem, que consiste em criar esculturas usando camadas de papel, ela inventa formas surrealistas em diversos tons de branco. Repare nos bichos estranhos, que assumem significado, remetendo a figuras femininas.
"Quando crio um bicho estranho estou me construindo. Conto minha história com útero, óvulos, asas, papo, bicos. Longas e muitas pernas que me sustentam."
O papel, protagonista de suas criações, pode ter gramaturas e texturas diferentes. "São pelo menos 10 camadas de papel para ficar firme", diz ela. Mas o processo envolve ainda estruturas de arame, madeira, garrafas de plástico.
Por fim, após três ou quatro dias de criação, os itens ganham uma caixa de acrílico e vão para a Marché Art de Vie, onde estão à venda. Cada peça é numerada e impressiona pela leveza e pelos detalhes. "É leve como uma pluma na mão", diz.
O papel é como uma pele: um material delicado, mas não frágil. Com o passar do tempo ele muda de cor, porque respira, por mais que esteja protegido".
Formas nascem das mãos
Lúdicas e surrealistas, as esculturas são resultado de um trabalho árduo. "Do meu caderno de rabiscos saem temas, mas a forma nasce nas mãos. Tem dias ótimos e dias ruins", diz ela, acrescentando que algumas ficam na "UTI", aguardando mais um toque para existirem. Como tudo na vida, exigem paciência e as mil ideias de Tânia, que - ainda bem - não para de criar.
@s que me inspiram
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.