Churras dos chefs: estrelas da gastronomia revelam cortes favoritos e dicas
Entre os fãs de carnes, não tem quem resista a um bom churrasco. Mesmo aqueles que comandam cozinhas voltadas para a perfeição técnica, a variedade de ingredientes e a sofisticação da gastronomia não escondem suas preferências de cortes e preparos à grelha.
Seis renomados chefs de cozinha revelaram a Nossa seus gostos "carnívoros" e indicaram como tiram o melhor sabor de suas peças mais queridas.
André Mifano
Apresentador do programa "Lugares Desconhecidos" (CNN) e à frente do restaurante Lilu, o chef sugere focar mais na qualidade da carne em termos de fornecedor e de procedência do que no uso de cortes considerados nobres.
Entre as opções mais em conta, e bem saborosas, estão o acém e o coxão mole de gado wagyu.
Se não fosse dessa espécie seria impossível prepará-los na churrasqueira. O acém, por exemplo, é usado para fazer ensopado".
Henrique Fogaça
Jurado do "MasterChef" e dono dos restaurantes Sal Gastronomia e Jamile, além da rede de bares Cão Véio, o chef é fã da culinária nacional e, como apreciador de cortes populares.
Como um bom brasileiro, consumo picanha desde a infância".
Outro queridinho é a costela bovina, que costuma aparecer ao lado de vinagrete e da brasileiríssima mandioca.
O segredo do sucesso, segundo ele, está em controlar o calor da churrasqueira.
Isso influencia muito o resultado. Para a costela, o ideal é posicioná-la inteira numa grelha mais alta, com o fogo brando, para que a carne asse lentamente".
Telma Shiraishi
Com imigrantes japoneses na família, Telma, do restaurante Aizomê, leva as inspirações orientais também para o "churras":
"Quando visito os mercados e feiras locais no Japão adoro comer nas barraquinhas que mantém na porta uma pequena churrasqueira onde são grelhadas na hora delícias como enormes vieiras, caracóis, lulas, tentáculos de polvo e ostras".
De acordo com ela, as diferenças entre os churrascos brasileiro e japonês começam no carvão:
Os chefs japoneses usam o binchotan, ou carvão branco. Devido a elaboradas técnicas ancestrais, ele possui uma queima extremamente limpa, mais longa e que mantém as temperaturas mais constantes".
Um dos seus tipos de preparação do coração é o yakiniko, churrasco feito à mesa com finas fatias de wagyu. Entre as peças escolhidas estão cortes que equivalem a filé-mignon, parte das costelas, maminha, contrafilé e acém.
O tempero pode ser só sal, como também shoyu e wasabi. Como acompanhamento, é tradicional servir com o molho yakiniku, que pode ser preparado com alho, cebola, shoyu, missô, saquê, gergelim, pasta de pimenta, gengibre e frutas como maçã ou pera.
Jun Sakamoto
O chef da casa que leva seu nome, além do Junji e do J1, tem o churrasco argentino como um dos seus favoritos. A começar pelos cortes: asado de tira e ancho.
Duas peças apreciadas pelos hermanos — confira nosso dicionário da parrilla argentina —, a primeira é a parte nobre da costela e tem a carne traçada no osso, enquanto a segunda é extraída da parte dianteira do contrafilé e possui gordura entremeada entre a capa e o miolo, que torna a peça suculenta e macia.
Para as duas opções, Jun indica carvão em brasa e grelha baixa.
Assim a carne sela, mas o miolo ainda está bem mal passado e suculento".
E quem tem parrilla em casa pode mandar ver: "Funciona muito melhor".
Luiz Filipe Souza
Detentor de uma estrela Michelin no comando do Evvai, o chef costuma levar para o seu churrasco picanha e entraña.
Para primeira, que dispensa apresentações, o chef explica o pulo do gato:
Faço a peça inteira a meia altura da brasa, começando com a gordura para baixo para derreter bem e criar uma 'casca' crocante".
A entraña, típica do churrasco argentino, consiste no diafragma do boi. Como é um corte fino, pouco espesso, Luiz entende que o melhor raciocínio a seguir no preparo é grelhar perto da brasa.
"A cocção deve ser rápida, mas não pode se esquecer de alternar os lados a cada 30 segundos. Assim, acredito que o calor é distribuído melhor dentro da carne".
E de acompanhamento? Nesse assunto, o chef é incisivo: farofa!
Renato Carioni
Dono do restaurante Così e consultor de estabelecimentos como a boutique de carnes Feed, o chef elegeu como atual reizinho do seu churrasco o flat iron.
Extraído da paleta bovina, mais precisamente da raquete, é considerado por especialistas o melhor corte do dianteiro boi e derruba o mito de "carne de segunda".
O corte é muito macio e saboroso. Gosto de pincelar manteiga derretida antes de levar à grelha para dar mais sabor. Finalizo com flor de sal e pimenta-do-reino moída na hora. Também tenho comprado o ancho de tira, um corte do contrafilé cortado na longitudinal que funciona super bem na churrasqueira".
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