Cantinho da leitura: o que não pode faltar no espaço dedicado aos livros

Entregar-se ao prazeroso hábito da leitura não tem segredo algum, mas fica muito mais agradável quando acontece em um espaço confortável, acolhedor, bem iluminado e, preferencialmente, silencioso.

A boa notícia é que qualquer área da casa pode ser transformada nesse cantinho cheio de bossa. Basta atentar para alguns detalhes a fim de tornar o lugar aconchegante e funcional. O risco: você não vai querer sair dele tão cedo.

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O lugar perfeito da casa

Não há um local específico do imóvel que case perfeitamente com a proposta. O importante é ser "um canto gostoso, sossegado e tranquilo", na definição da designer de interiores Marília Veiga.

Deve estar, de preferência, em um lugar onde não tenham barulho e fluxo de pessoas", recomenda.

Em seus projetos, ela costuma escolher um canto no quarto, terraço ou mesmo na sala.

O espaço não precisa ser enorme, mas deve ter tamanho suficiente para abrigar uma poltrona bem confortável ou uma chaise longue. "No caso de chaise, o encosto deve ser reclinável", orienta Jóia Bergamo, também designer de interiores. Se puder ser ao lado da estante dos livros, melhor ainda!

Uma boa poltrona é essencial

Aliás, falando em poltrona, este é um detalhe superimportante na montagem do ambiente de leitura. Na hora de escolher a peça, é necessário considerar que será utilizada por longo período de tempo.

"Será um uso prolongado e relaxado. Desse modo, deve-se evitar poltronas com espumas muito duras e de postura muito ereta", recomenda a arquiteta e urbanista Mariana Wilderom.

Os modelos anatômicos são bem-vindos, como pontua Marília Veiga. "Precisa ser confortável para apoiar bem a coluna", diz ela. Outra questão: faz bastante diferença ter uma banqueta ou pufe à frente da cadeira, para que o usuário possa estender as pernas.

E diante de tantas opções disponíveis no mercado, a arquiteta Vivi Cirello argumenta que a seleção deve ser particular. "O ideal é que cada um escolha sua poltrona, pois depende muito da altura de cada pessoa. Há, também, certas preferências, como: com ou sem braços, espaldar alto para encosto da cabeça, entre outros detalhes", ilustra.

E não tem jeito: a melhor maneira de escolher uma boa poltrona é testando-a na loja. Sente e relaxe sem cerimônia (ou receio de ser julgado) antes de concretizar a compra.

A importância da iluminação

Outro ponto que pede atenção para que o cantinho da leitura seja superagradável é o tanto de claridade que a área recebe. Além da iluminação geral do ambiente, um espaço de leitura requer uma luz mais próxima, vinda de abajur ou luminária de piso.

"A luminária de piso acaba sendo mais eficiente, principalmente se utilizado um modelo em que o foco da luz possa ser direcionado, permitindo trabalhar com a luz voltada diretamente para a superfície de leitura ou refletida indiretamente na parede", explica Mariana.

Já Marília da Veiga sugere que a iluminação deve ser LED, uma vez que qualquer luz que esquenta bastante (como as tradicionais) acaba se tornando desagradável.

Aconchego é um extra bem-vindo

Poltrona, ok; iluminação, natural e artificial, também ok. Mas não é só isso que torna o cantinho da leitura um convite para o relaxamento, viu? Outros detalhes fazem toda diferença, a partir do momento que proporcionam ainda mais aconchego.

É o caso de tapetes, que reforçam a sensação de bem-estar, bem como mantas, perfeitas para aquecer os dias de baixa temperatura. Elas podem ser mantidas sobre a poltrona ou a banqueta ou, então, guardadas em peças por perto, como em cestas dispostas no chão.

Almofadas são igualmente bem-aceitas, reforçando o climinha aconchegante. Da mesma forma, é imprescindível ter uma mesinha na lateral, seja para apoiar um copo de água, um caderno, o próprio livro ou o celular.

"Também é importante pensar em tomadas, já que, frequentemente, o espaço de leitura não é só de livro, mas também para usar computador, tablet etc", comenta Mariana.

Para fechar o combo de cantinho perfeito, vale apostar em quadros que adornam as paredes à volta de maneira harmônica.

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De cômodo discreto a centro da casa

A arquiteta e urbanista Mariana Wilderom foi responsável por dar nova vida à coleção de livros de um psicanalista paulista. O apartamento já era contemplado com janelas amplas e, consequentemente, ótima iluminação natural.

Depois de eliminar paredes, o que antes era quarto de hóspedes e escritório tornou-se o espaço central do imóvel. Com o fim das divisórias fixas (substituídas por portas de correr, recolhidas no dia a dia), as luzes se cruzam, vindas das duas fachadas da moradia.

Os livros são pano de fundo para um dos principais visuais do imóvel, que não perde o aconchego e a possibilidade de fechar o volume do quarto, diante da necessidade de um momento mais introspectivo", detalha Marina.

Tons claros para tranquilidade

A designer Marília Veiga, por sua vez, apostou na criação de um cantinho calmo. Para alcançar o resultado desejado, adotou parede de cor clara, o que, por si só, já transmite a sensação de paz, aconchego e tranquilidade.

"Apostamos também em um quadro com tons que conversam com os tons azulados das peças decorativas. Além disso, a luminária de chão, que fornece uma luz baixa e é ideal para quem gosta de ler, completa o aconchegante espaço, junto da confortável poltrona e o pufe", diz a especialista.

Natureza à vista

Já o ambiente projetado pela designer de interiores Jóia Bergamo é deliciosamente banhado por luz natural e totalmente integrado à área externa. Jóia separou um espaço reservado de leitura embaixo da escada, com vista para área verde da casa.

"Essa disposição oferece uma sensação maior de tranquilidade", argumenta. A poltrona de design reclinável, mais o pufe e a luminária com luz baixa, proporcionam grande conforto ao leitor.

Cantinho da leitura integrado à sala

O apartamento antigo passou por uma repaginação nas mãos da arquiteta Vivi Cirello. "Unificamos todas as salas em um único espaço", comenta ela.

Alguns aspectos originais foram preservados, caso do piso de tacos de madeira, que reforça a sensação de aconchego. Também optou-se por móveis igualmente de madeira, como a estante que acomoda os livros.

A tonalidade do material ainda é verificada na poltrona de couro e conversa bem com os tons neutros adotados na sala, pincelados com cores mais fortes em objetos de decoração, quadros e móveis.